Logo E-Commerce Brasil

Digitalização e novos hábitos impulsionam e-commerce de itens infantis

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

O segmento infantil tem se destacado como um dos principais vetores de crescimento do e-commerce brasileiro. De acordo com levantamento da Nuvemshop, as vendas online de produtos voltados para crianças aumentaram 44% em 2024, com mais de 185 mil itens vendidos a mais do que no ano anterior. O avanço é impulsionado por transformações nos hábitos de consumo das famílias e pela maior digitalização dos canais de compra.

(Imagem: Envato)

O movimento acompanha a expansão geral do e-commerce nacional, que atingiu R$ 351,4 bilhões em faturamento em 2024, segundo o Webshoppers 51, da NielsenIQ|Ebit. Categorias como brinquedos e moda infantil estão entre as dez mais vendidas no varejo digital, conforme dados da ABComm.

Embora a pandemia tenha acelerado o ingresso de consumidores no canal online, a consolidação da categoria infantil demonstra que a tendência se manteve mesmo após a retomada das lojas físicas.

Um dos exemplos mais recentes da expansão do setor é a entrada da fabricante Estrela na seção de lojas oficiais da Shopee. O marketplace registrou aumento superior a 60% nas vendas de brinquedos em 2024, consolidando o espaço das grandes marcas no canal digital.

Personalização por faixa etária

Além do aumento no volume de vendas, o setor infantil avança em sofisticação. Marcas e plataformas têm investido em estratégias de personalização, curadoria por faixa etária e melhorias na experiência do usuário (UX). Segundo dados da Bornlogic, empresas que adotaram estratégias omnichannel registraram até 40% de aumento nas taxas de conversão em campanhas de produtos infantis em 2023.

A presença de influenciadores mirins nas redes sociais também vem ganhando peso nas decisões de compra dos pais, ampliando o alcance das marcas e impulsionando campanhas mais segmentadas.

Como ampliar oportunidades

A crescente atenção das famílias à saúde, nutrição e sustentabilidade também impulsiona o setor. Produtos orgânicos, brinquedos educativos, cosméticos naturais e roupas feitas com algodão reciclado estão entre as preferências. Mas o destaque recente é a alimentação infantil, que tem passado por uma transformação expressiva: cresce a busca por alimentos clean label, livres de aditivos artificiais, com ingredientes naturais e reconhecíveis desde os primeiros estágios da introdução alimentar.

Segundo a Euromonitor International, o Brasil já é o segundo maior mercado de produtos naturais e orgânicos da América Latina, com crescimento acelerado na frente infantil, especialmente nos grandes centros urbanos. Esse cenário impulsiona o surgimento de marcas nativas digitais, modelos por assinatura de refeições saudáveis e negócios artesanais que atuam diretamente em canais digitais.

Próximos desafios do setor

Para Rebecca Fischer, cofundadora e Chief Strategy Officer (CSO) da Divibank, o e-commerce infantil representa uma nova fronteira de crescimento no varejo digital brasileiro. “O desafio, agora, está em manter a escalabilidade sem perder a personalização, além de seguir inovando em logística, segurança digital e atendimento”, afirma.

Ela destaca ainda que o atendimento ao público infantil se torna uma estratégia indireta de fidelização de adultos. “Ao que tudo indica, atender crianças passou a ser também uma forma de fidelizar adultos — e ganhar espaço em um dos segmentos mais promissores do e-commerce brasileiro.”