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Desinchá: a empresa que nasceu como nativa digital

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

O chá é a segunda bebida mais consumida no mundo. No entanto, até pouco tempo ainda não era tão popular entre os consumidores brasileiros. Para criar um novo hábito no mercado nacional, Eduardo Vanzak teve a ideia de criar o Desinchá, um produto que trazia 60 sachês com um blend especial de sabores.

Segundo o empresário, o número de produtos na caixa não foi escolhido de forma aleatória. Um estudo da University College de Londres aponta que são necessários dois meses para que alguém adote um novo costume. “A pessoa não está comprando só um chá, ela está criando um novo hábito”, explicou Eduardo durante uma apresentação no auditório Gestão e Operações do Fórum E-Commerce Brasil Grand Connection.

A estratégia funcionou. Um levantamento realizado pela corporação mostrou que 53% dos clientes começaram a consumir chá por causa do produto. Para incentivar um estilo de vida equilibrado entre os consumidores, a mercadoria traz um calendário e um link para um curso para quem quer adotar hábitos mais saudáveis.

Após dois anos de desenvolvimento do primeiro sabor do Desinchá, a empresa inovou com uma estratégia focada na atuação virtual para construir a primeira base de clientes. Nativa digital, a corporação foi pioneira no trabalho com influenciadores e campanhas nas redes sociais.

Uma aposta na presença digital

Com mais de 2 milhões de seguidores no Instagram e 103 mil curtidas no Facebook, a Desinchá investiu na criação de conteúdo para impulsionar a marca e alavancar o consumo de chás no país.

A marca foi uma das primeiras a entrar no TikTok, lançando um desafio que gerou mais de 10 milhões de impressões. Já o site oficial da empresa chega a receber mais de 600 mil acessos por mês.

Para além da estratégia virtual tradicional, o próprio produto traz uma embalagem instagramável, que convida o consumidor a compartilhar a experiência. “Todo cliente é um possível influenciador”, defende Eduardo.

O poder do DNVB para a expansão do negócio

Já ouviu falar sobre DNVB (Digitally Native Vertical Brand)? Essas são marcas nativas digitais que possuem um modelo de negócio com estrutura vertical.

O termo surgiu em 2016 nos Estados Unidos quando o empresário Andy Dunn criou a Bonobos, uma uma loja de roupas masculinas que também atua no setor virtual.

Em empresas que adotam essa filosofia, o marketing mix ressignifica a tradução dos famosos 4 Ps. A régua de atuação passa a ser Personalização, Parcerias, Propósito e Posicionamento

“É diferente de uma marca que produz um produto que vende presencial. Empresas tradicionais não têm interação com o cliente final e não controlam o processo. Com essas métricas, entregamos um serviço cada vez melhor, finaliza Eduardo.

Por Larissa Darc, em cobertura especial para o E-Commerce Brasil.

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