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Creator empresário: a importância de transformar a sua marca em empresa

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Virar creator é o novo se tornar jogador de futebol quando crescer. Exemplos de influenciadores digitais milionários podem dar uma ideia de que colocar a cara na internet é fácil e te torna rico em poucos dias. Não é bem assim, claro, mas especialistas no assunto afirmam que determinadas atitudes podem aumentar as chances de prosperar na área. “Hoje em dia dá para viver sendo creator, mas nem sempre foi assim. Aliás, nem nome para isso tinha”, relembra João Pedro Resende, co-founder & CEO da Hotmart.

Durante um painel no Web Summit Rio, junto com Bianca Andrade, influenciadora digital e dona da marca Boca Rosa Beauty, e Konrad Dantas – conhecido como KondZilla –, fundador e filmaker do canal KondZilla, um dos maiores youtubers do mundo, o empresário contou como começou o processo de monetização dos creators. Esta edição do evento, que é um dos maiores do mundo a abordar empreendedorismo e inovação, é a primeira ocorrida na América Latina.

KondZilla, João Pedro Resende e Bianca Andrade no Web Summit Rio 2023. Foto: Vaughn Ridley/Web Summit Rio via Sportsfile

Segundo ele, os primeiros blogueiros com alguma que atraiam atenção da audiência, começaram a vender espaço em seus blogs para banners. Posteriormente, a forma mais eficiente de monetização era o Google Ads, através dos cliques dos leitores. “Depois caminhamos para a parceria dos influenciadores com as marcas, tornando os negócios mais profissionais. Atualmente, estamos no estágio mais avançado, que é deixar de brigar por cliques e ter controle da carreira como creator transformando seu produto, no caso na imagem, em empresa. Tem que investir nessa carreira, construindo uma empresa para não monetizar apenas com views [visualizações]”, aconselha.

Após 12 anos de experência no ramo, Andrade, uma das percussoras no marketing de influência, reforça a importância de autenticidade, mesmo que os números de seguidores não cresça da forma que o influenciador gostaria. “Respeite sua autenticidade custe o que custar. Em muitos momentos, falar o que pensa pode ser uma batalha. Às vezes eu tinha medo de falar o que pensava e mostrar minhas vulnerabilidades, tipo ‘isso aqui eu não sei fazer, isso eu quero aprender’. Porém, quando comecei a me respeitar, as pessoas começaram a se identificar mais comigo. Mesmo dividindo opiniões, vale a pena”, diz.

“O algoritmo é rápido e sedutor. Ele não é inimigo, mas tem que entender para onde ele está calibrado. Não pode ser o único indicador do seu trabalho porque ele muda o tempo todo”, conta KondZila. “É preciso entender a sua comunidade e o que a sua audiência quer e o que eu quero acrescentar no meu negócio. Somente quando entendi isso, eu decolei. Independente do que seja a sua marca, crie estratégias. Tudo é venda o tempo todo, mesmo que seja ideias”, completa Andrade.