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Varejo deve priorizar vendas de Natal e reduzir investimentos na Black Friday

Por: Alice Lopes

Jornalista no E-Commerce Brasil

Jornalista no E-commerce Brasil, graduada pela Universidade Nove de Julho e apaixonada por comunicação.

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A Black Friday, marcada para a última sexta-feira de novembro, está passando por ajustes na estratégia do varejo brasileiro em 2025. Com margens de lucro menores e estoques elevados, muitos lojistas planejam reduzir investimentos em publicidade para a data e concentrar esforços no Natal, segundo análise de Daniel Sakamoto, gerente executivo da CNDL.

Compras de Natal
(Imagem: reprodução)

A decisão reflete uma tentativa de evitar a canibalização das vendas de dezembro, período que tradicionalmente apresenta margens mais altas. “Muitos varejistas vão tirar um pouco da força de mídia da data, para dar maior foco ao Natal, explica Sakamoto.

Consumidores antecipam compras e mudam percepção sobre descontos

Historicamente, os brasileiros utilizam a Black Friday para adiantar presentes de Natal, aproveitando descontos e a entrada da primeira parcela do 13º salário. Apesar disso, a percepção em relação às ofertas tem mudado: parte dos clientes já não vê tanta atratividade nas promoções, e há relatos de itens que chegam a registrar aumento de preços no período.

Ainda assim, categorias como tecnologia e eletrônicos devem manter o pico de vendas na Black Friday, permanecendo como destaque no calendário promocional.

Pressão econômica e cautela do varejo

O cenário macroeconômico também influencia a estratégia do setor. Com juros elevados e maior pressão de grandes marketplaces, lojistas enfrentam margens cada vez mais apertadas. “Não vale brigar por preço para vender muito na Black Friday e pouco no Natal”, avalia Sakamoto.

Mesmo diante desses desafios, as expectativas para o fim de ano permanecem positivas. A projeção é de abertura de 118 mil vagas temporárias, um aumento de 7,3% em relação a 2024.

Apesar disso, os empresários seguem cautelosos. Dados da CNDL apontam que 59% dos lojistas não devem contratar neste fim de ano, justificando a decisão pela instabilidade econômica. Para Sakamoto, a confiança do consumidor será determinante: “Boas notícias geram consumo”, conclui.