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Ação contra monopólio do Google reacende debate sobre dependência na publicidade digital

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

A PubMatic entrou com uma ação judicial nos Estados Unidos acusando o Google de práticas anticompetitivas no mercado de publicidade digital. A empresa alega que o gigante da tecnologia mantém monopólio ilegal nos mercados de servidores de anúncios para editores e plataformas de intermediação de anúncios display. O processo pede indenização bilionária e se apoia em decisões judiciais que já apontaram condutas semelhantes do Google.

Google
(Imagem: Reprodução)

Alerta para anunciantes

Para Bruno Almeida, CEO da US Media, o caso evidencia riscos para marcas que concentram investimentos em uma única plataforma. Segundo ele, a dependência excessiva expõe anunciantes a impactos legais, estratégicos e de longo prazo.

A discussão acontece em um momento de expansão acelerada do digital. O relatório Latin America Ad Spending 2025 (eMarketer) projeta que o meio digital representará 56,6% dos investimentos publicitários na América Latina em 2025 e pode chegar a 66% até 2029, impulsionado por retail media, social media e vídeo digital.

Diversificação como proteção

Almeida ressalta que diversificar canais não é apenas estratégia de performance, mas de proteção. A prática permite mitigar riscos, ajustar campanhas diante de mudanças regulatórias e alcançar novos públicos.

Entre os principais riscos da concentração em uma só plataforma estão:

  • Regulatórios: possíveis restrições legais ou aumento de custos;
  • Financeiros: mudanças de política podem encarecer campanhas e reduzir ROI;
  • Operacionais: perda de dados ou limitação de inventário;
  • Reputacionais: associação a plataformas acusadas de monopólio pode afetar marcas.

Contexto brasileiro

O alerta se aplica especialmente ao Brasil, onde o mercado de publicidade digital deve movimentar US$ 14,1 bilhões em 2025, crescimento de 14,5% em relação a 2024, segundo o relatório Brazil Leads Regional Growth in Americas Ad Spending 2025 (eMarketer).

“O consumidor está em múltiplas plataformas, em diferentes momentos e contextos. Não é mais viável pensar em mídia como sinônimo de Google ou Meta”, conclui Almeida.