O varejo latino-americano iniciou 2025 com resultados acima da média global em categorias como beleza e brinquedos. Segundo levantamento da Circana, Brasil e México lideram o avanço, que teve como destaque o desempenho do e-commerce e o surgimento de novos comportamentos de consumo, como a busca por produtos em formato mini e o fenômeno dos kidults, adultos que compram brinquedos motivados por nostalgia e tendências de redes sociais.

Crescimento expressivo no setor de beleza
No primeiro trimestre, o setor de beleza registrou crescimento de 18% na América Latina em comparação com o mesmo período de 2024. O avanço foi puxado tanto pelas lojas físicas (+16%) quanto pelas vendas online (+15%).
Nos Estados Unidos, o mercado mostrou desempenho mais tímido: o segmento de beleza de prestígio se manteve estável, enquanto a categoria massiva cresceu apenas 3%.
O estudo também chama atenção para a alta demanda por minis, versões menores de produtos de beleza, com preços mais acessíveis. A tendência ganha força em meio ao cenário econômico incerto e reforça o desejo do consumidor de manter rotinas de autocuidado sem comprometer o orçamento.
Brinquedos ganham tração com adultos e redes sociais
O mercado de brinquedos também apresentou resultados positivos na América Latina, com destaque para o Brasil, que registrou alta de 5% nas vendas. Nos Estados Unidos, o setor permaneceu estável no mesmo período.
O crescimento latino foi impulsionado por categorias como veículos, blocos de montar e pelos chamados kidults, adultos que consomem brinquedos influenciados por sentimentos nostálgicos e tendências virais em plataformas como o TikTok.
E-commerce avança na região, apesar das diferenças de penetração
O comércio eletrônico se consolida como peça-chave no avanço do varejo latino-americano, ainda que os níveis de penetração variem entre países e categorias.
Nos Estados Unidos, o e-commerce já representa 44% das vendas de brinquedos e 34% no setor de beleza de prestígio. Na América Latina, o cenário é mais fragmentado: no México, o online responde por 23% das vendas de brinquedos e 22% de produtos de beleza.
O Brasil se aproxima dos padrões norte-americanos no setor de beleza, com 30% de participação do e-commerce, mas ainda mostra espaço para crescimento no segmento de brinquedos, onde o digital representa apenas 11% das vendas.
Apesar das diferenças, o ritmo de crescimento segue positivo. No primeiro trimestre, o e-commerce de brinquedos cresceu 10% no Brasil e 21% no México, mesmo com queda nas vendas físicas mexicanas.