As avaliações falsas na Amazon durante a pandemia subiram para níveis normalmente vistos durante a temporada de compras de fim de ano. Cerca de 42% dos 720 milhões de avaliações da Amazon acompanhadas pelo serviço de monitoramento Fakespot de março a setembro não eram confiáveis em relação a cerca de 36% no mesmo período do ano passado. O aumento de avaliações falsas correspondeu à corrida online de milhões de compradores que evitam ir às lojas por causa do coronavírus.
“Só vimos esses números na Black Friday ou no período do Natal de 2019”, disse o fundador e CEO da Fakespot, Saoud Khalifah. “Em 2020, o aumento das avaliações falsas proliferou de maneira rápida, coincidindo com medidas de lockdown nos EUA.” Em contraste, quase 36% das avaliações do Walmart.com monitoradas pela Fakespot durante o mesmo período eram falsas – quase o mesmo nível do ano passado.
Amazon e as avaliações falsas
Avaliações falsas têm sido uma dor de cabeça para a Amazon e outros mercados online há anos, apesar dos esforços das empresas para eliminá-las.
As pessoas que fazem avaliações falsas, às vezes pagas, exageram as vantagens de um produto ou o sabotam para reduzir as vendas. Vários serviços automatizados surgiram para ajudar consumidores a identificarem se as avaliações que estão lendo são reais.
A Fakespot, que monitora comentários na Amazon e no site do Walmart, atribui notas para as redações de produtos. Um “D” significa que 40% a 70% das avaliações de uma determinada listagem são falsas; um “F” alerta os usuários que mais de 70% são suspeitas.
A empresa diz que mais de 20 milhões de usuários usaram a Fakespot desde sua estreia em 2015 – uma prova de quanto os clientes confiam em avaliações e classificações para escolher quais produtos comprar.
“Empresas como a Fakespot e a ReviewMeta que afirmam ‘verificar’ as avaliações não podem determinar concretamente a autenticidade de uma avaliação, pois não têm acesso aos dados de propriedade da Amazon, como revisor, vendedor e histórico do produto”, disse uma porta-voz da Amazon por e-mail.
Ela acrescentou que a empresa está ciente de “agentes mal-intencionados” que tentam abusar do sistema e que a empresa está investindo “recursos significativos para proteger a integridade de nossas análises”.
Khalifah disse que sua empresa observou um aumento das avaliações não confiáveis à medida que a Covid-19 se espalhava pelos Estados Unidos no início deste ano e a demanda por álcool gel, máscaras e outros equipamentos de proteção disparava.
Com base em sua experiência, Khalifah espera que o volume de avaliações falsas aumente com a temporada de compras de fim de ano na Amazon, que será mais movimentada do que o normal, pois consumidores continuam evitando ir às lojas devido ao avanço dos casos de Covid-19. “Se é bom demais para ser verdade”, diz, “provavelmente não é”.
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