No mercado de beleza, que se divide entre o muito popular e o alto luxo, a canadense M.A.C ganha destaque exatamente por ocupar uma posição intermediária. A empresa de maquiagem, criada três décadas atrás na cidade de Toronto, chegou ao Brasil em 2002 e, no ano passado, ampliou seu negócio por aqui inaugurando a primeira loja de rua, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Atualmente, a empresa tem 52 pontos de venda em 24 cidades – cinco deles abertos este ano – e planeja abrir mais cinco até 2017. “Apesar da crise política e econômica, vemos o Brasil como um mercado forte”, diz Karen Buglisi, presidente global da M.A.C, em entrevista concedida durante uma convenção da empresa em Berlim. “Já passamos por outras crises na América Latina e sabemos que há sempre um ciclo. Acreditamos muito no futuro de nossos negócios no País.”
Crescimento
Para o segundo semestre, a marca planeja remodelar todo seu e-commerce nacional – um investimento justificado pelo crescimento de 22% nas vendas online no último ano. Somando varejo físico e na internet, o crescimento foi de 40%.
A alta do dólar aqueceu o mercado interno. Isso porque os preços dos produtos se tornaram quase iguais aos do exterior: um batom que custa R$ 73 no Brasil, atualmente, sai por R$ 69 nos Estados Unidos. “As brasileiras costumavam viajar e comprar muito fora. Isso parou”, afirma Karen. “Agora elas compram em casa. Por isso, há dois anos revimos nossa política de preços para baixo. Eles ficaram mais competitivos e sustentáveis e estamos colhendo os resultados.”
O Brasil representa 44% do mercado da empresa na América Latina e está na quinta posição nos negócios da empresa no mundo. Por aqui, a estratégia é expandir para cidade menos óbvias – Ribeirão Preto, Uberlândia, Vitória, Belém e Manaus são alguns dos locais que já contam com pontos de venda próprios.
A presidente global acredita que a formação do consumidor é fundamental nesse processo de expansão. “Não vendemos apenas um produto, mas também ensinamos o cliente a usá-lo. Fazemos de tudo para torná-lo mais acessível e democrático”, diz Karen.
“A maior lição que aprendi neste mercado foi: nunca deixe sua oferta ser maior que a demanda. Por isso estamos sempre criando oportunidades em busca de novos consumidores”, afirma a executiva.