2020 chegou e novamente presenciamos mudanças no ecossistema do marketing digital. Muitas transformações ocorreram em 2019 e a maioria acaba se desdobrando em tendências para os próximos anos. Juntamente com o que temos visto no mercado brasileiro e internacional, agregamos abaixo as principais tendências apontadas por alguns veículos, empresas e especialistas do mercado para este ano.
People Based Marketing reforçado com tecnologias de integração de dados de CRM e mídia online
Em nosso post do começo de 2019, já apontamos que o People Based Marketing (PBM) era uma das principais tendências na área de analytics devido à necessidade de integrar dados de diversos canais e devices em um específico usuário. Com o aprimoramento das tecnologias de unificação de IDs e do onboarding de dados externos (como CRM), soluções como as CDPs ganharam tração dentro do mercado e estão cada vez mais presentes nos grandes anunciantes e publishers.
A integração de dados pessoais identificáveis com dados anônimos (cookies e device ID) possibilita uma visão 360 do consumidor e potencializa um trabalho baseado em gestão de audiência (Customer Data Management), construindo segmentações e otimizações inteligentes para réguas de relacionamento e jornadas do consumidor nos diversos pontos de contato.
Inteligência Artificial dando escala para personalizações avançadas
Já é sabido que Inteligência Artificial (IA) ganha mais espaço no mercado a cada ano, mas vale pontuarmos que uma das direções que está despontando é justamente na personalização. Inclusive foi a palavra do ano no marketing de acordo com a associação de anunciantes dos EUA e é uma das frentes promissoras para atrair investimento e atenção em 2020. Porém, uma personalização ideal depende da integração dos dados dos consumidores e também um processamento complexo para entregar uma mensagem no momento certo e na hora certa. Identificando padrões, destacando pontos fora da curva e aplicando algoritmos preditivos, a IA oferece diversas oportunidades para segmentar usuários e entregar ativações que sejam certeiras para otimizar os resultados de conversão, mas também para trazer mais insumos para relacionamento e atendimento. Imagine um atendente de SAC tendo informações como propensão de desistência (churn), potencial de aquisição e até informações de como lidar com o atendimento considerando o histórico e dados pessoais do consumidor.
IA entrega não só insights de propensão de conversão de cada usuário ou cluster, mas também processa os dados de diversas fontes e canais que a organização possui, já que atualmente são dezenas de pontos de contato que o consumidor acessa e é necessário tecnologia e inteligência para coletar e integrar todas essas informações.
Realidade Virtual, streamings e assistentes de voz como emergentes canais de comunicação
Todo dia temos novos canais sendo criados e consumidos pelos usuários, gerando mais dados e informações para serem analisados pelas organizações. Para 2020, o uso da realidade virtual (ou VR em inglês) irá se consolidar, visto a oferta que já existe no mercado de entretenimento, principalmente na área de games. Já existem diversos parques de diversão com opções de realidade virtual e óculos especializados para consumo de conteúdo doméstico, ou seja, não vai demorar para que se criem ativações, plataformas e mídia para esse meio, possibilitando o surgimento de novos modelos de análise de dados.
Outro meio que já se consolidou e agora se desdobra em outras frentes é o streaming, simbolizado por plataformas como Netflix e Spotify. Agora, o streaming ganhou um novo fôlego com a alta nos podcasts, sendo que 2019 foi considerado o ano dos podcasts. Alguns anunciantes já patrocinam ou fazem ações com diversos podcasts, mas tanto o modelo comercial quanto formas de mensuração de resultados ainda estão incipientes, sendo oportunidade para evoluir e crescer nessa frente.
Em paralelo, os assistentes de voz estão cada vez mais presentes nos lares. A chegada da Amazon e do Google no Brasil atraiu investimentos dos anunciantes para as plataformas. Já são diversas empresas como iFood, Latam, Uber e Globo que estão com aplicativos dentro da Alexa e do Google Home, ou seja, será mais um device que o usuário utilizará no seu dia a dia, gerando mais dados para serem integrados e analisados dentro da jornada do consumidor.
Regulamentações de privacidade e consentimento dos usuários nortearão as iniciativas de marketing
A maior disponibilidade de devices coletando nossos dados acarreta questões de privacidade e limites éticos do uso dos dados. Com o escândalo envolvendo o Facebook e Cambridge Analytica, as autoridades começaram a se movimentar para criar mecanismos de proteção e consentimento no uso dos dados. O primeiro foi a GDPR da União Europeia, que está em vigor desde 2018 e que já impacta na forma como os sites pedem permissão para instalação de cookies nos computadores dos usuários e também no envio de e-mail marketing.
Neste ano, entram em vigor mais duas regulamentações sobre privacidade dos dados: LGPD e CCPA. A primeira é brasileira e está prevista para começar a valer a partir de agosto, sendo que as organizações tiveram dois anos para se preparar para as mudanças. A segunda é uma regulamentação específica para moradores do estado da Califórnia nos EUA e já começou a valer no dia 1 de janeiro.
Ou seja, todas as empresas precisarão se adequar e isso muda a forma como nos comunicamos e coletamos os dados dos usuários. Google, Facebook e todas as plataformas de mídia sofrerão mudanças e teremos que estar preparados para desenvolver e consolidar modelos de consentimento (ou Consent Management), além de criar uma governança de dados para garantir a proteção e cumprimento das regulamentações.
Aqui na DP6 estamos sempre acompanhando essas tendências e outras movimentações do nosso mercado. Já temos áreas dedicadas a Gestão de Audiência, que lida com integração de dados dos consumidores e questões de gestão de segurança e privacidade, e de Data Science, onde trabalhamos intensivamente com inteligência artificial para modelos preditivos, de propensão e automação.