Investir em tecnologia é uma premissa para qualquer empresa que deseja tanto se destacar no mercado, como sair à frente de concorrentes e manter a competitividade do setor.
Antes, a maioria das marcas valorizava, acima de tudo, a redução de custos a curto prazo, com o objetivo de protegerem seus lucros. Hoje, para se manterem atrativas (e também, lucrativas), há uma série de outros fatores a serem levados consideração. Entre os principais, considero: os novos hábitos, a experiência e a satisfação de seus clientes.
Segundo o Relatório Varejo — pesquisa encomendada pela Adyen e conduzida pela Opinium Research, realizado com mais de 25 mil pessoas, de 16 países —, os brasileiros estão entre os consumidores mais exigentes quando se trata de experiência de compra. Neste caso, 90% não comprariam de novo de uma marca com quem tiveram uma experiência ruim, seja no e-commerce ou na loja. Essa taxa está acima da vista em Cingapura (80%), Estados Unidos (64%) e no Reino Unido (67%). Ou seja, o fator experiência é tão importante quanto o produto ou serviço comprado.
Esse movimento já estava acontecendo no e-commerce, que investia em novas experiências com brindes, descontos e pesquisas para clientes. Porém, o resultado disso ficou ainda mais evidente durante a pandemia, com o crescimento do setor. Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), esse tipo de comércio alavancou 68% em 2020 e movimentou R$126,3 bilhões.
Desde as pequenas até as grandes marcas viram uma oportunidade de sobrevivência nas vendas digitais, o que fez com que o mercado permanecesse aquecido. Mas, a pandemia e o distanciamento social, somados ao imediatismo que já era comum antes mesmo do vírus, fez o perfil do consumidor brasileiro mudar e começa agora uma nova corrida para satisfazê-lo. Ao que tudo indica, o sucesso para isso está pautado em tecnologias para o setor logístico.
Marcas como Magalu, Amazon e Mercado Livre já disputam para ver qual delas têm a entrega mais rápida, a fim de atender seus clientes de forma mais efetiva e isso, certamente, abre portas para o setor logístico, que terá que trazer tecnologia e inovação para as empresas que querem atender melhor os consumidores.
Neste ponto, é possível dizer que o sucesso dos e-commerces está também apoiado na logística. Aliás, isso explica o ‘boom’ das logtechs. Segundo o mapeamento Distrito Logtech Report 2020, há mais de 280 empresas desse tipo no cenário brasileiro e mais da metade delas tem menos de cinco anos de existência. Além disso, foram investidos mais de US$ 1 bilhão neste segmento nos últimos três anos.
O que poderemos assistir nos próximos anos será um investimento acelerado em tecnologias baseadas em Inteligência Artificial, machine learning, IoT e no aperfeiçoamento de ferramentas para a automatização de atividades. A busca é sempre por otimização: melhor aproveitamento de recursos, garantia de qualidade dos produtos e serviços, economia de tempo e melhoria na qualidade de vida dos profissionais envolvidos na cadeia.
A tecnologia logística prova como ela influencia em toda a empresa, seja ela de qual for o segmento. Ela auxilia no processamento de pedidos, na rapidez dos resultados, na configuração de dados e na garantia do cumprimento de prazos. E, além disso, pode melhorar o gerenciamento de operações, a mensuração de indicadores e pode ainda integrar tudo isso em um só sistema.
A automação também faz outros processos serem mais inteligentes. Como, por exemplo, em:
- medição da dimensão de produtos;
- especificação de equipamentos;
- visualização e alertas de manutenção preventivas ou corretivas de veículos;
- gestão de abastecimentos e parametrizações diversas.
Isso significa que, a longo prazo, qualifica ainda mais todo processo logístico, impacta na entrega final e, consequentemente, na experiência dos consumidores.
O sucesso e o aquecimento desses mercados funcionam como uma reação em cadeia. Por isso mesmo é preciso antever necessidades, lançar inovações e ferramentas tecnológicas. Afinal, garantirá que as operações do e-commerce e também do varejo sejam feitas de formas mais confiáveis, seguras e com menos índices de erros. Quanto mais uma empresa está disposta a investir em tecnologia, mais qualificados serão os processos.