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Sua empresa possui uma loja virtual ou uma operação de e-commerce?

Você deve estar se questionando: não é a mesma coisa? Eu respondo: Não. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, como diria minha amiga do Google, Lauren Pachaly, que ministrou uma excelente palestra sobre Publicidade Online, no evento Café COM Internet em Porto Alegre, em outubro.

Mas qual é a diferença, afinal de contas?

Vou comparar com a construção de uma casa. Você, com certeza, irá fazer um levantamento de todos os valores necessários para esta construção, dividindo percentualmente cada etapa deste processo, incluindo os valores para a contratação dos profissionais responsáveis pela obra, como engenheiro, arquiteto, pedreiros e decoradores.

Depois de concluída a obra, será necessária a aquisição de todo o mobiliário para a casa, e também a contratação de pessoas que irão dar manutenção na moradia, além, é claro, dos custos de infraestrutura, como água e luz.

Imagina uma construção com dez quartos, cinco salas, jardim etc. Quantos profissionais serão necessários para manter esta casa na mais perfeita condição de habitação?

Mas o que isso tem a ver com as diferenças entre loja virtual e operação? Uma loja virtual é somente uma parte para o sucesso deste projeto. No quadro abaixo, dividimos um projeto de e-commerce em três partes:

Na primeira parte, a solução de TI a ser adotada irá contribuir ou não para o sucesso desejado pela empresa. Por quê? Porque se a empresa escolher uma ferramenta de loja virtual inadequada ou obsoleta, ela irá encontrar enormes dificuldades na sua operação, pois alguns modelos não permitem associar produtos, não permitem oferecer descontos por aquisição de um produto junto a outro do mesmo segmento, não oferecem descontos para compras acima de determinado valor.

Resumindo: este tipo de solução não atende às necessidades básicas de se criar ações promocionais, regra essencial para a sobrevivência de qualquer operação de varejo. Por outro lado, este tipo de aplicação também não permite que a empresa tenha um bom posicionamento nas buscas orgânicas ou espontâneas, devido ao seu sistema ser do tipo condomínio (sistema utilizado por desenvolvedoras web para designar uma aplicação compartilhada com várias outras empresas).

Este tipo de aplicação é utilizado por diversas lojas virtuais, o que não permite uma customização individual. Desta forma, a loja virtual irá perder uma audiência muito qualificada, que na maioria das vezes corresponde a 50% da audiência total de um site. Ainda abordando este modelo de aplicação, outra dificuldade que o empresário irá perceber é a total falta de integração com seu sistema interno de estoque, faturamento e gestão de relacionamento com os clientes, tornando este aplicativo totalmente isolado da operação normal da empresa. Assim, este tipo de ferramenta, que num primeiro momento pode ser interessante pelo baixo custo de implantação, em médio prazo se mostra ineficiente, com prejuízos enormes para a adesão com sucesso ao comércio eletrônico desta empresa.

Portanto, se sua empresa pretende entrar com o pé direito no mercado virtual, procure conhecer os diversos tipos de aplicações para identificar qual irá atender suas necessidades em todas as etapas da sua trajetória para o sucesso.

Na segunda parte do projeto, é muito, mas muito importante mesmo, que sua empresa tenha profissionais dedicados à gestão da operação. De nada adianta escolher a solução ideal, se sua empresa não conta com profissionais com conhecimentos específicos na operação de um projeto de e-commerce. Um dos maiores problemas das empresas é exatamente encontrar um profissional capacitado para exercer estas tarefas.

E o pior de tudo é que muitas vezes este profissional existe na empresa, mas ele exerce diversas outras funções que não possuem nenhuma relação com o projeto de e-commerce. Se for realizada uma pesquisa com os sites de e-commerce de sucesso no Brasil, com certeza, uma das suas principais características é haver um gestor capacitado e dedicado para este projeto.

Portanto, identifique na sua empresa quem é o profissional com maior possibilidade de ser o responsável pela gestão deste projeto. Mesmo que ele não tenha todas as capacitações, é possível investir em treinamentos específicos para torná-lo um gestor competente.

A terceira etapa é a que considero a mais importante de um projeto de e-commerce: planejamento de todos os processos estratégicos do projeto, que eu denomino de Plano de Marketing e Comunicação Digital (PMCD), conforme quadro abaixo:


Etapas de um PMCD

Neste planejamento macro serão desenvolvidos diversos planos específicos, o Plano de Análise de Mercado (PAM), veja abaixo; o de Comunicação Online (PCO), com a definição de todos os formatos de comunicação e relacionamento com a Cadeia de Valor da empresa; o Plano de Search Engine Optimization (PSEO), para posicionar o site de forma correta nos mecanismos de busca, na elaboração e implantação do Plano de Mídia Online (PMO), responsável pelo planejamento de todos os formatos publicitários a serem utilizados pela empresa, visando ampliar a exposição na mídia online. 


Plano de Análise de Mercado (PAM)

Depois da elaboração de todo o planejamento, a manutenção, o acompanhamento e monitoramento das ações propostas no PMCD serão fundamentais para o sucesso desta operação de e-commerce.

Acredito que agora ficou muito fácil de entender que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Ou seja, a contratação de uma loja virtual não significa que sua empresa possui uma operação de e-commerce.

Você concorda?