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O futuro dos pagamentos é instantâneo, e o Brasil saiu na frente

Por: Marlon Tseng

Marlon Tseng é o CEO e co-founder da Pagsmile, instituição de pagamentos especializada em soluções que conectam negócios a mercados emergentes. Ele é formado em Administração pela Escola Superior de Administração e Gerência, da Universidade do Estado de Santa Catarina, e em Comércio Internacional pela Concordia University, em Montreal, no Canadá. Também é mestre em Comércio Internacional pela Dongbei University of Finance and Economics, na China. Especialista em meios de pagamento e tecnologia financeira, tem experiência em expansão de negócios internacionais e adaptação de soluções de pagamento para mercados locais.

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O avanço do e-commerce brasileiro não é apenas um número de projeção econômica. É um sinal inequívoco de transformação estrutural. O país deve movimentar cerca de US$ 418,8 bilhões em comércio eletrônico em 2025, segundo projeção recente do setor e, nesse contexto, o Pix emerge como o catalisador mais relevante da digitalização do consumo e da inclusão financeira no Brasil.

Pessoa segura smartphone “Pix” na tela e tela de notebook desfocada ao fundo.
Imagem gerada por IA.

Do ponto de vista global, poucos mercados conseguiram alinhar, em tão pouco tempo, escala tecnológica, adesão popular e convergência entre bancos, fintechs e o próprio varejo. O Pix representa mais do que um método de pagamento: é uma infraestrutura nacional de eficiência financeira, que conecta instantaneamente consumidores, empresas e instituições. Essa conectividade em tempo real é o tipo de vantagem competitiva que o mundo observa com atenção.

Como o Pix transforma o consumo digital

Como executivo de uma companhia internacional de meios de pagamento, vejo o Brasil despontar como um laboratório de interoperabilidade. Aqui, a inovação não é apenas tecnológica, ela é comportamental. O consumidor digital brasileiro aprendeu rapidamente o valor da conveniência, da liquidez imediata e do controle sobre suas transações. Essa combinação de fatores muda a forma como empresas internacionais precisam atuar: não basta adaptar-se ao idioma ou à moeda local, é necessário compreender o ecossistema de pagamentos na sua essência.

O crescimento do e-commerce, impulsionado por pagamentos instantâneos, cria também novos imperativos para as plataformas globais. As soluções de checkout devem ser mais simples, seguras e personalizadas. A conversão não depende apenas de preço ou produto, mas de experiência de pagamento fluida. O Pix encurtou distâncias entre o desejo de compra e a finalização da transação, transformando a etapa de pagamento no coração da experiência do consumidor.

Desafios ligados à confiança e segurança

Outro ponto crucial é a confiança. A expansão do digital exige camadas sólidas de segurança, autenticação e conformidade regulatória. À medida que o volume transacionado cresce, aumenta também a responsabilidade sobre dados e prevenção de fraudes. Empresas que atuam em diferentes geografias precisam investir em arquiteturas de compliance globais, capazes de traduzir as regras locais sem comprometer a velocidade da operação.

O que vemos hoje é o nascimento de uma nova fronteira do comércio eletrônico, uma economia de tempo real, na qual liquidez e tecnologia caminham juntas. O Brasil demonstra que a inovação em meios de pagamento pode, de fato, redefinir o comércio e ampliar a inclusão financeira.

Por aqui, acreditamos que o futuro dos pagamentos será moldado por ecossistemas locais com alcance global. O desafio não é apenas oferecer tecnologia, mas entender a cultura de pagamento de cada país. O sucesso das fintechs brasileiras é, na prática, um lembrete de que a escala internacional depende da capacidade de pensar localmente.

O Pix é o símbolo de um país que encontrou sua própria forma de inovar e, ao fazê-lo, passou a inspirar o mundo.