Desde a virada do século, a China vem se organizando e investindo progressivamente em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Em 2017, o país também traçou planos de longo prazo para se posicionar como líder em inteligência artificial até 2030, endereçando questões sensíveis como a redução da dependência de tecnologias estrangeiras e criando um ambiente favorável para que empresas inovem, cresçam e prosperem em diferentes segmentos.

O resultado dessas iniciativas ficaram ainda mais evidentes diante da recente ascensão do aplicativo de IA generativa chamado de DeepSeek. Desenvolvido por uma empresa chinesa, o chatbot teria um baixíssimo custo se comparado aos seus concorrentes ChatGPT, da OpenAI, e Gemini, do Google – o que não só provocou surpresa, como representou graves prejuízos para gigantes da tecnologia americana, que tiveram uma perda estimada pelo Financial Times de R$ 5,9 trilhões.
Mas qual é a mensagem que fica para o mercado? E mais especificamente para os empreendedores brasileiros que fazem negócios na China?
Líder em tecnologia e parceira comercial estratégica
Em linhas gerais, a postura da China fortalece sua posição como líder global em tecnologia, implicando vantagens diretas para empresas estrangeiras que compram ou desenvolvem seus próprios produtos em parceria com fabricantes chineses.
Nesse sentido, alguns benefícios específicos para os importadores brasileiros se destacam:
1. Alta qualidade e tecnologia de ponta
O investimento contínuo da China em inovação permitiu que seus fabricantes adotassem processos produtivos avançados, resultando em produtos com melhor desempenho, durabilidade e design sofisticado.
Empresas que importam da China podem se beneficiar, por exemplo, de componentes eletrônicos de última geração, equipamentos de fabricação avançada e novos materiais e soluções sustentáveis, que tornam essas mercadorias mais competitivas no mercado.
2. Eficiência operacional e redução de custos
A China é mestre na otimização da cadeia produtiva, com processos inteligentes e automatizados que reduzem custos e previnem desperdícios. Além disso, oferecem economia de escala, produzindo largas quantidades a menores preços unitários. Outro ponto de destaque está na infraestrutura dos transportes, que implica processos logísticos mais eficientes e entregas mais rápidas.
Somados, esses fatores representam uma economia para empresas que desejam desenvolver seus produtos com altos padrões de qualidade, mas com investimentos mais moderados.
3. Personalização e desenvolvimento de marcas próprias
A China conta com uma ampla variedade de fornecedores, que abrangem os mais diferentes segmentos do mercado. Combinada à sua capacidade tecnológica, que permite aos fabricantes atenderem demandas específicas de importadores e marcas próprias – produzindo itens sob medida ou adaptando produtos para diferentes necessidades -, essa diversidade torna o país um parceiro de produção altamente adaptável, sem exigir um grande investimento inicial.
4. Novidades que saem na frente
Muitas das grandes tendências tecnológicas e de consumo surgem primeiro na China antes de se espalharem globalmente. Fazer negócios com fabricantes chineses permite que importadores e marcas próprias tenham acesso antecipado a inovações e consigam lançar produtos antes da concorrência local, garantindo diferenciação e vantagem de mercado.
5. Segurança e garantia de fornecimento
Com a China focada em tornar-se autossuficiente em tecnologia e produção, há uma tendência de maior estabilidade na cadeia de suprimentos, evitando interrupções causadas por disputas comerciais, reduzindo riscos de atrasos e garantindo o fornecimento contínuo.
Considerando todos os aspectos acima, as empresas brasileiras têm muito a ganhar ao aproveitar a infraestrutura de inovação e produção da China, seja para importar produtos ou desenvolver marcas próprias. A combinação de tecnologia de ponta, eficiência operacional, flexibilidade e segurança na cadeia de suprimentos faz com que os fornecedores chineses sejam os parceiros ideais para negócios competitivos e escaláveis.