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O conteúdo não é rei: pelo menos, é isso que dizem os dados

Por: Vivian Peres

co-fundadora da Anamid

Vivian Peres é Mestre em Comunicação e Práticas de Consumo pela ESPM e graduada em Comunicação Social pela Unesp, com MBA em Marketing pela ESPM e fundadora e CEO da Interteia Comunicação. Com mais de 20 anos de experiência na área de comunicação, Vivian já realizou trabalhos para empresas como McDonald 's, Abit, Anbima, Hypermarcas e LG, somando mais de 500 horas de experiência em gestão de projetos utilizando técnicas de Design Thinking, cursadas na Universidade de Stanford. Vivian é co-fundadora da Anamid - Associação Nacional do Mercado e Indústria Digital e faz parte do Grupo de Pesquisa de Comunicação, Consumo e Arte da ESPM.

Durante muito tempo, ouvimos que “o conteúdo é rei” no marketing digital. Acreditava-se que bastava uma boa estratégia editorial para atrair, engajar e converter consumidores. Mas os dados mostram que essa visão já não é mais suficiente para o sucesso, principalmente quando falamos de perfis corporativos ou relacionados a vendas online.

Uma pesquisa da NP Digital revelou que promoções e descontos são o principal motivo para 58% dos consumidores acompanharem uma marca. Em seguida, o interesse em comprar e conhecer melhor produtos e serviços aparece com 50%. Já as vantagens exclusivas atraem 46% do público. Somente na quarta posição, com 40%, vem o conteúdo útil. O conteúdo de entretenimento – aquele que diverte e ajuda a passar o tempo – fecha o top 5, com 33%.

Saiba por que apenas conteúdo não basta no marketing digital e como marcas como Mercado Livre, Amazon e McDonald’s estão convertendo seguidores em clientes fiéis com estratégias que vão além da informação.

Claro que a informação de qualidade, que prioriza mais o auxílio à base de consumidores e foca menos em ficar falando de si, continua sendo muito importante. Mas é apenas o básico. Os consumidores querem mais do que conhecimento: esperam benefícios, como ofertas exclusivas e facilidades na compra. O diferencial está em proporcionar experiências completas. Outro ponto importante é desenvolver o senso de comunidade, especialmente para clientes fiéis.

Muitas empresas bem-sucedidas já entenderam esse jogo e apostam em ações que mesclam divertimento com incentivos. O segredo está em criar conexões emocionais enquanto se oferece algo concreto em troca, ampliando o impacto das campanhas e fortalecendo o relacionamento com o consumidor.

Mercado Livre no BBB

Patrocinador oficial do Big Brother Brasil, o Mercado Livre tem batido recorde de distribuição de promoções e descontos nos produtos exibidos no programa. Isso gerou aumento expressivo nas buscas na plataforma e reforçou a conexão entre entretenimento e conversão direta. Segundo o Stilingue by Blip, a marca liderou as menções nos primeiros três dias da edição deste ano.

Amazon e o Prime Day

O Prime Day, evento anual de descontos exclusivos para assinantes do Prime, gera picos massivos de vendas e reforça o valor da comunidade. Nos seis dias da última edição brasileira, houve um crescimento de 71% no tráfego da Amazon.com.br em comparação ao ano anterior.

McDonald’s e os descontos via app

O McDonald ‘s usa o aplicativo não só para divulgar ideias, mas principalmente para oferecer cupons de desconto personalizados. Essa estratégia fideliza a base e aumenta o fluxo de vendas nas lojas físicas e no delivery. Mais um exemplo de ativação que busca criar e manter ativos os fãs da marca.

O novo mantra do e-commerce deve ser: conteúdo com propósito aliado a benefícios tangíveis e manutenção de comunidade. Afinal, engajamento sem conversão não sustenta negócios. Quer transformar seguidores em fãs? Dê a eles motivos concretos para estarem sempre junto a você. Crie uma jornada que combine informação relevante, experiências interativas e vantagens reais, porque, no final, é isso que impulsiona decisões de compra e constrói marcas fortes.