- Quando você cadastra um produto no marketplace e ao inserir suas fotos, elas ficam vinculadas pelo código de barras. As fotos cadastradas e feitas por você, ficarão disponíveis no Buybox, porém se um concorrente cadastrar o mesmo produto, as fotos que serão exibidas são as suas (servindo para você e para seu concorrente). Para ficar mais "estranho", se você "despublicar" o produto, suas fotos vão continuar sendo exibidas no produto do concorrente. As fotos são vinculadas ao produto no marketplace e não ao seu produto específico, sendo vantagem para o concorrente que não fez a foto, mas acaba sendo beneficiando por ter as fotos vinculadas ao produto dele.
- Você faz a descrição do seu produto com muito esmero e dedicação: gasta horas, investe tempo e dinheiro, seguindo a mesma lógica das fotos. Ponto para seu concorrente que não gastou tempo com fotos e texto, e vai ser mais eficiente em preço que você, pois vai apresentar a sua descrição no produto dele.
- Qual a garantia que o marketplace não venderá o mesmo produto que você? Não se assuste se hoje você é nicho e vende 1000 unidades no marketplace, e amanhã aparece o próprio marketplace vendendo o produto. Ou você é muito inocente para acreditar que vão pensar em você? Uma simples análise de visitas comparada com o número de vendas na mão de um comprador é ouro. Mas o detalhe é que a informação não está na sua mão, mas no marketplace!
- Tente colocar mais de uma operadora de frete ou algum frete especial para o seu produto. Em alguns casos possivelmente você não conseguirá. Então, para quem precisa de eficiência logística, esqueça. Para quem precisa de frete especial, cotado, nem se fala!
- Alguns avaliam tempo de resposta para posicionar os produtos, melhorar reputação, porém para eles, o horário comercial acaba às 20 horas, ou seja, ou você atende no horário determinado por eles ou é penalizado.
- Faça tudo certo: emita nota fiscal, entregue, tenha CNPJ, endereço físico e outros irão ter reputação melhor que você sendo pessoa física, sem NF. A regras são ‘claras’, mas a caixa preta real ninguém abre.
- Os sistemas de backoffice deixam muito a desejar quando pensamos em algo ‘moderno’ e ágil. São complexos de operar, lentos, e alguns parecem que não estão prontos.
- Dias atrás lendo um texto, fiquei espantado ao descobrir que as APIs e sistemas de alguns marketplaces, não operam em tempo real, e alguns têm delays de 15 minutos, uma hora, etc. Não entendo como alguém opera estoque de forma correta, com um delay destes. É óbvio que irá dar furo de estoque e os clientes irão ficar sem o produto. E ainda tem gente que diz que omnichannel é o top do momento. Como vai fazer omnichannel se nem Real-Time de estoque conseguem? Óbvio que vão dizer que é problema de sistema, processamento, etc, mas isso é problema do marketplace, e não de quem vende. No momento que dá furo de estoque, quem será taxado como o ineficiente será a loja. Para pensar: por que banco funciona, ao transferir dinheiro da conta A para B, baixando o saldo em tempo real?
- Você publicou um produto com a foto errada e quer alterar rapidamente para não ter problemas com os cliente que compraram? Esqueça.
- Tente cadastrar um produto 110V/220V ou mesmo escolher cores ou tamanhos em alguns marketplaces para ver a novela que será.
- Li um texto que afirmava que estar na BuyBox é importante para marketing. Até pode ser, mas acho que estão vendo ouro onde não existe. Se a proposta do marketplace é a credibilidade dele, por que o cliente vai pagar mais caro? Ou você tem preço, ou está morto.
Marketplace é Ouro realmente?
Algum tempo atrás estava tomando uma cerveja com um amigo e ele me contou uma história da época que eles procuravam pedras semi-preciosas e quebrou uma perna quando um barranco de terra caiu sobre ele. Depois do acontecido, eles desistiram, e a única coisa que tinham encontrado foi Pirita (Ouro de Tolo), que parece ouro, mas não é.
Os defensores ferrenhos dos marketplaces, dizem que ali está o ouro do e-commerce nos dias atuais, o futuro da internet será ali. Ao ler isto, lembrei-me de um texto do Eduardo Bento (https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/marketplace-x-rentabilidade-uma-analise-realista/), que foi muito feliz em tratar o assunto da rentabilidade nos marketplaces.
Este texto tem como ideia mostrar que, na busca pelo ouro, pode restar alguém machucado e o ouro pode realmente não existir.
Abaixo vou pontuar algumas reflexões, pensamentos e situações que vejo como ‘ouro de tolo’ no mercado do marketplace no Brasil: