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GPO é o novo SEO: como preparar seu e-commerce para o futuro das buscas

Por: Pedro Duarte

CEO e sócio-fundador da ShopNext.AI

Pedro Duarte é CEO e sócio-fundador da ShopNext.AI, uma empresa inovadora na vanguarda da IA generativa para comércio eletrônico, criada em 2024. Com quase 20 anos de experiência em desenvolvimento de negócios e vendas em grandes empresas de tecnologia do Brasil, Pedro carrega na bagagem a condução direta de startups que se tornaram referências em seus segmentos. Antes de fundar a ShopNext.AI, o executivo foi cofundador de empresas como Percycle, uma solução líder de anúncios nativos para comércio eletrônico, que foi adquirida pela Linx S/A por R$23 milhões, e a Parcelex, uma fintech que permite aos consumidores adquirir produtos e serviços em parcelas mensais sem cartão de crédito, que teve avaliação de R$200 milhões junto ao Banco BV. Atualmente, sua missão junto a ShopNext.AI é apresentar ao mercado as soluções de Inteligência Artificial revolucionárias da empresa, oferecendo um ecossistema integrado que cobre gestão de portfólio, precificação, marketing e automação conversacional.

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O modo como buscamos produtos online está prestes a mudar radicalmente. Se por mais de duas décadas o Google ditou as regras da indexação por meio do SEO (Search Engine Optimization), agora estamos diante de um novo paradigma: o GPO – Generative Product Optimization.

Quadro negro com "SEO" riscado e uma seta apontando para "GPO", indicando substituição.
Imagem gerada por IA.

Essa tendência emergente é impulsionada pela popularização dos modelos de linguagem generativa, como o ChatGPT. Cada vez mais, consumidores estão utilizando interfaces conversacionais para fazer buscas, comparar produtos e até tomar decisões de compra – tudo dentro de ambientes de IA generativa. E isso exige uma mudança profunda na forma como marcas e varejistas estruturam seus catálogos de produtos.

Como o GPO difere do SEO tradicional

O GPO não se trata de ranquear páginas, mas de tornar o conteúdo sobre produtos compreensível, acessível e relevante para os modelos de linguagem. Em vez de pensar apenas em como uma página aparece nos motores de busca, agora precisamos pensar em como um produto se torna uma resposta relevante em um ambiente conversacional de IA.

Assim como o SEO orientou uma geração de práticas de marketing digital, o GPO traz consigo um novo conjunto de diretrizes estratégicas. Entre elas:

– Enriquecer e estruturar bem o catálogo de produtos, com descrições claras, completas e organizadas de forma que modelos de linguagem possam interpretá-las facilmente.
– Tornar as ofertas “indexáveis” por linguagem natural, ou seja, compreensíveis em contextos variados e em frases que imitam o modo como as pessoas realmente falam ou perguntam.
– Aumentar a chance de um produto aparecer como resposta relevante em uma conversa no ChatGPT ou outras IAs, especialmente em buscas mais subjetivas ou situacionais (ex.: “o melhor tênis para quem corre à noite em locais úmidos”).
– Garantir que a IA compreenda o contexto, atributos, intenção e ocasião de uso do produto, o que exige ir muito além de palavras-chave básicas.

Catálogos como dados semânticos vivos

Estamos entrando em uma era na qual os catálogos deixarão de ser apenas listas de itens e se transformarão em conjuntos de dados semânticos vivos, prontos para dialogar com inteligências artificiais. Quem sair na frente nesse processo de adaptação vai conquistar um espaço privilegiado nas interfaces onde as decisões de compra estão nascendo.

O GPO é mais do que uma tendência técnica – é uma mudança de mentalidade. Não se trata de “otimizar para robôs”, mas de ensinar as IAs a enxergar valor como os humanos veem: com contexto, intenção e significado. No fim das contas, o varejo continuará sendo sobre pessoas, mas, agora, mediado por inteligências capazes de entender, recomendar e influenciar como nunca antes. O futuro do shopping começa com uma conversa. E é hora de nos prepararmos para sermos bem representados nela.