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Gamificação: a chave para o engajamento da geração Z no e-commerce

Por: Jonathan Galvão

Arquiteto de Soluções na Uappi

Jonathan Galvão é um profissional com mais de seis anos de experiência internacional em arquitetura de soluções, análise de viabilidade e inovação tecnológica. Atuando no mercado de e-commerce pela Uappi, com iniciativas que capacitam clientes e fortalecem lojas e-commerce, combinando visão estratégica com soluções práticas para impulsionar o crescimento de negócios digitais.

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A geração Z representa uma força transformadora no panorama do consumo global; ela é a redefinição do consumo e do engajamento no cenário digital, uma força irreversível que molda o futuro do e-commerce.

Jovens usando smartphones ao ar livre.
Imagem: Reprodução.

Nascidos entre 1997 e 2012, esses jovens adultos não são apenas nativos digitais, mas também uma parcela cada vez mais influente do mercado. Eles estão emergindo como o grupo de consumidores mais influente e, talvez, o mais desafiador a ser cativado -com um poder de compra global projetado para superar US$ 450 bilhões e a influência sobre trilhões nas decisões de compra de suas famílias, conforme insights da Analyzify e do Snapchat.

Para gestores e líderes de negócios online que buscam ir além das métricas tradicionais e realmente estabelecer uma conexão duradoura, a gamificação vai além da tendência para se consolidar como uma ferramenta estratégica indispensável para desbloquear o engajamento e a lealdade dessa geração digitalmente nativa.

Por que a gamificação é eficaz com a geração Z?

A geração Z cresceu em um ambiente saturado por jogos, aplicativos interativos e plataformas de mídia social. Para eles, a linha entre entretenimento e consumo é tênue. A experiência de compra transcende a mera transação; ela busca engajamento, interatividade e um senso de propósito. A gamificação, ao integrar elementos e mecânicas de jogos em contextos não lúdicos, atende a essas expectativas de forma poderosa:

– Busca por experiências imersivas: longe de serem consumidores passivos, a geração Z anseia por experiências que os envolvam ativamente. Desafios, recompensas e progressão dentro de uma plataforma de e-commerce transformam a compra em uma jornada estimulante. A pesquisa da Afterpay revela que mais de 65% estão interessados em comprar itens virtuais, o que demonstra a apetência por experiências imersivas.
– Recompensa instantânea e reconhecimento: acostumados com a gratificação imediata das redes sociais e dos jogos, eles valorizam o reconhecimento por suas ações. Pontos, selos, rankings e descontos exclusivos incentivam a participação contínua e a fidelização.
– Conexão social e senso de comunidade: a geração Z valoriza a conexão e a validação social. Elementos gamificados que permitem o compartilhamento de conquistas, competições amigáveis ou colaboração entre usuários criam um senso de comunidade em torno da marca. Cerca de 93,2% dos Gen Z’s compraram itens após vê-los nas mídias sociais, evidenciando o poder do aspecto social na decisão de compra (Self Credit Builder).
– Propósito e valores alinhados: engajar a geração Z vai além do consumo. Eles procuram marcas que reflitam seus valores e que ofereçam algo além do produto. Um estudo da First Insight mostra que a maioria dos compradores da geração Z prefere marcas sustentáveis e está disposta a gastar 10% a mais em produtos ecologicamente corretos.

Um investimento estratégico para o futuro do e-commerce

Para o e-commerce já estabelecido, a gamificação vai muito além de uma mera técnica de marketing, é um investimento estratégico para a sustentabilidade e sucesso a longo prazo.

Em um mercado em que a geração Z não só gasta mais, como acaba por se tornar especialista em tomar decisões de compra em grandes volumes, conquistá-la exige mais do que só bons preços ou uma boa cadeia de distribuição. É preciso criar experiências que falem diretamente à sua alma digital e social.

Ao apostar em táticas de gamificação bem delineadas, aumenta-se o envolvimento em todos os níveis da jornada do cliente, incrementa-se a taxa de retenção e, por sua vez, dá-se um salto de qualidade ao Customer Lifetime Value (CLTV). Mais do que isso, transforma-se o consumidor em um autêntico embaixador da marca, gerando um movimento orgânico e genuíno que nenhuma campanha paga consegue igualar.

Em resumo, para o e-commerce que procura não só resistir, como também prosperar no ambiente competitivo imposto pela geração Z, a gamificação não é uma questão de escolha, mas de necessidade para construir conexões duradouras e garantir um lugar de destaque no futuro do varejo digital.

Em um cenário competitivo como o do e-commerce, atualmente a geração Z não é apenas mais uma geração de consumidores; é aquela que muitas vezes redefine as regras do game. Não reconhecer a sua necessidade de interatividade, de propósito e de validação não é apenas um erro de marketing, é uma ameaça para a sobrevivência da sua marca em um futuro bem próximo.

Enquanto muitos e-commerces ainda não compreendem a importância de adotar esse tipo de estratégia, quem está à frente das marcas já não questiona se deve gamificar, mas como a gamificação pode se tornar um dos pilares do engajamento.

Em jogo está o seguinte: ou o seu e-commerce se adapta a falar para uma geração que estrutura a sua vida ao ritmo da experiência interativa, ou se torna incapaz de competir pela atenção e lealdade do consumidor do amanhã. Qual o custo de não jogar esse jogo?