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Faturamento, dispositivos de acesso, inovação em pagamentos: veja o que esperar do e-commerce em 2024

Por: Anahy Zamboni

Jornalista, atua há mais de dez anos com criação de conteúdo, redação e copywriting. Já escreveu para segmentos, como: educação, saúde, beleza, nutrição, finanças e contabilidade. É especialista em Marketing Digital, Performance e SEO. Atualmente, escreve sobre Startups, SaaS, mercado de pagamentos e fintechs.

O cenário do comércio eletrônico está constantemente evoluindo, impulsionado pela rápida adoção de tecnologias inovadoras e mudanças nas preferências dos consumidores. À medida que nos aproximamos de 2024, é importante analisar as tendências emergentes que moldarão o futuro do e-commerce.

Os e-commerces que investirem em inovações, personalização e na diversificação dos canais de acesso colherão os benefícios de um mercado em constante evolução.

Veremos, neste artigo, as tendências e projeções importantes para ter no radar em 2024.

Faturamento em ascensão: 2024 abre a era de ouro do e-commerce

O e-commerce deve entrar em um novo ciclo de crescimento a partir de 2024, com especialistas projetando um aumento significativo no faturamento global. A pandemia acelerou a migração para as compras online, e os consumidores estão cada vez mais confortáveis em realizar transações digitais.

A facilidade, conveniência e variedade de produtos oferecidos pelos varejistas online contribuirão para um crescimento contínuo do faturamento do e-commerce.

Segundo estudo da Worldpay, o e-commerce brasileiro deve crescer 57% até 2024. De acordo com o Global Payments Report 2023 (GPR) o mercado regional da América Latina apresentou aumento de 19% a.a. entre 2021 e 2022, com projeção de crescimento de 13% CAGR até 2026.

Embora o valor tenha uma discreta redução em relação às taxas mais elevadas entre 2018 e 2021, o valor das transações do e-commerce na região deve quase dobrar entre 2021 e 2026, quando a projeção é de que atingirá US$ 256 bilhões.

Todos os mercados considerados pelo GPR na América Latina projetam crescimento de dois dígitos até 2026. O Brasil, embora ocupe o quinto lugar na projeção de crescimento com 11%, é líder em faturamento regional, sendo que o faturamento de 2022 foi de US$ 52 bilhões, e a projeção para 2026 é de US$ 78 bilhões.

Dispositivos de acesso: a consolidação do mobile

Embora a diversificação dos dispositivos de acesso seja uma tendência marcante para 2024, a preferência pelo mobile se consolida. Isso porque, além do acesso via smartphones e tablets, esperamos ver um aumento no uso de dispositivos vestíveis, como smartwatches e assistentes de voz.

A integração desses dispositivos à experiência de compra proporcionará aos consumidores mais opções e conveniência, à medida que o e-commerce se torna ainda mais acessível em diferentes contextos do cotidiano.

Segundo o GPR 2023, o mobile commerce foi responsável por 56% das transações de e-commerce na América Latina, com projeção de crescimento de 16% CAGR, contra apenas 8% CAGR de crescimento previsto para o uso de desktops até 2026. Até lá, o relatório estima que o mobile commerce seja responsável por 63% das vendas do e-commerce na região.

Inovação em pagamentos: novas fronteiras na facilidade de transações

Inovações nos métodos de pagamento também devem impactar a experiência do e-commerce em 2024. A ascensão dos meios de pagamento digitais como meio de transação, impulsionados pelo crescente interesse e aceitação, promete trazer maior segurança e eficiência às transações online.

Além disso, a integração de tecnologias biométricas e de reconhecimento facial proporcionará métodos de pagamento mais seguros e sem atritos, reduzindo a dependência de senhas e cartões.

Os pagamentos account-to-account (A2A) no e-commerce cresceram 71% entre 2021 e 2022, elevando seu impacto regional no valor das transações de 11% para 15%. E graças ao seu baixo custo e alta acessibilidade, sua popularidade deve se sustentar com um crescimento projetado de 22% entre 2022 e 2026.

O Brasil aparece como um dos países onde o crescimento do A2A deve ser mais expressivo. Inclusive, o Pix como opção A2A de pagamento se destaca entre as alternativas semelhantes da região em relação à adesão.

O MODO, iniciativa de pagamento A2A da Argentina, passou a ser oferecido por 33 bancos. O sistema A2A CoDi, do México, sofreu com baixa adesão tanto de comerciantes quanto de consumidores, grande parte porque é necessário ter uma conta bancária para usar a tecnologia, e o país conta com uma grande parcela da população sub-bancarizada. O Pix, por sua vez, tem uma adesão cada vez maior entre comerciantes e consumidores, além de ser oferecido por cerca de 800 empresas, incluindo bancos, fintechs e instituições públicas.

Em relação aos meios de pagamento, o relatório mostra que as compras com cartão de crédito, que foram o meio mais utilizado na América Latina em 2022, com 35%, devem cair para 29% até 2026. Em contrapartida, os meios de pagamento digitais devem crescer até lá. As carteiras digitais, que ocuparam o segundo lugar em 2022, com 21%, devem representar 28% até 2026 e os pagamentos A2A – no caso do Brasil, o Pix -, que representaram 15% em 2022, devem crescer para 21% em 2026.

Pix nos holofotes do e-commerce global

Já não é novidade que o Brasil está na vanguarda dos pagamentos digitais, e grande parte disso é graças ao sucesso do Pix. Tanto é que o meio de pagamento brasileiro ganhou uma seção especial no GPR, que destaca sua rapidez, inclusão e baixo custo das transações.

O relatório aponta que as taxas médias de transações Pix são de 0,22%, enquanto para cartão de débito são de 1% e cartão de crédito, 2,2%. Os pagamentos de pessoa para pessoa (P2P) representam 67% das transações do Pix, mas a participação de transações de pessoas para empresas (P2B) cresce cada vez mais – entre 2021 e 2022, o aumento foi de 209%.

Com isso, os pagamentos A2A dobraram no valor de transações do e-commerce no Brasil em um ano, passando de 12% em 2021 para 24% em 2022. O relatório aponta também que, grande parte devido à força das transações Pix, as carteiras digitais quase dobraram sua participação no varejo, com volume de transações que passaram de 8% em 2021 para 15% em 2022 e com projeção dobrar novamente e chegar a 30% em 2026.

Personalização e experiência do cliente como diferencial competitivo

Há algum tempo, já estamos falando sobre a era da experiência do cliente, e isso não muda para o próximo ano. Aliás, a personalização da experiência do cliente deve ser uma prioridade para os varejistas online em 2024.

O uso de inteligência artificial e análise de dados permitirá a criação de ofertas e recomendações personalizadas, aumentando a satisfação do cliente e impulsionando as taxas de conversão. A personalização não deve se limitar apenas aos produtos, mas se estenderá às opções de pagamento e métodos de entrega, oferecendo uma jornada de compra verdadeiramente adaptada às preferências individuais.

Com essas projeções, certamente os e-commerces que investirem em inovações, personalização e na diversificação dos canais de acesso colherão os benefícios de um mercado em constante evolução. Este é o momento de se preparar para as oportunidades que o futuro promete e oferecer experiências de compra online excepcionais.