Digamos que o link building se tornasse 100% ineficaz. Que o Google usasse seu Big Data para determinar as autoridades real e relativa de cada página e cada domínio. Afinal de contas, o Google detém informações de 60% de todo o tráfego da web e não é nada improvável que ele mensure qualitativamente a navegação em um site de acordo com o usuário.
E, deste modo, a única maneira de manipular o algoritmo seria manipular um grupo imenso de pessoas. O que a História prova que não é impossível, mas não vem ao caso. Digamos que esse dia em que o link building deixaria de existir esteja chegando.
É naturalmente uma suposição, mas ela tem um fundo de verdade: como sabemos, desde o Google Panda e Google Penguin, o peso aos links de uma forma geral tem diminuído, mas por outro lado, tem aumentado – e muito! – a força dos links de qualidade. Mas prossigamos com esta suposição: e se os backlinks perdessem todo o seu efeito?
Cai o PageRank, entra o “VisitorRank”
Nesta situação hipotética, teríamos de considerar obviamente que o Google manteria os dados anteriores e provavelmente o histórico das SERP seria determinante. O maior problema está no cálculo das autoridades de domínio e de página, uma vez que esses 2 fatores cruciais organizam toda a web.
Como sugeri acima, ao invés de trabalhar com o PageRank o algoritmo poderia usar algo como um VisitorRank, ou seja, criar um ranking dos usuários e não mais dos sites ou páginas. Ranking de páginas é coisa do passado, dos velhos tempos acadêmicos. A Internet é feita de pessoas e não de teses, monografias ou outras quincalharias.
Bem, sabemos que todos os sites têm leitores que não se manifestam, não linkam e não compartilham conteúdo, e esses são não raro leitores ilustres. Imagine um grande economista que passa o dia estudando economia, lê as maiores publicações do mundo e, além disso, lê 3 blogs de alguns estudantes universitários que têm ideias originais ou são muito talentosos. Imagine que outros tantos economistas lessem esses blogs desconhecidos mas, por vergonha e orgulho, não contassem para ninguém.
Temos aí, como se pode ver, um grave problema de privacidade. Hipotético ou não, as coisas tendem a isso. E, se o próprio Google diz que o foco deve estar no usuário, já passou da hora de o seu algoritmo dar o foco ao usuário pra valer.
Alguma ênfase no AuthorRank
Ainda falei muito pouco sobre o AuthorRank, mas este é um dos meus updates preferidos no Google. Imagine se cada autor na Internet deixasse de ser anônimo, inclusive nas grandes mídias, e tivesse de ser responsável por aquilo que diz? Que toda a sua reputação fosse sendo construída ao longo da vida?
Deste modo, a autoridade do site não estaria mais ligada à quantidade de links, mas sim à reputação de quem publica naquele site. Uma vez que um autor de reputação não aceitaria seu nome vinculado a qualquer site fuleiro, isso seria um critério determinante para o sucesso de uma estratégia de SEO. Por outro lado, poderia criar uma casta que criaria um ‘status quo’ talvez global.
Mais ênfase no conteúdo
Mas a grande brincadeira estaria no On Page, sem dúvida nenhuma. Teríamos uma corrida pelo melhor conteúdo, de modo que se brigasse para que cada vírgula fosse melhor do que a do concorrente. Este seria um cenário em que o Google teria perdido a sua força como buscador, como aliás tem ocorrido há alguns anos desde que o Facebook teve seu boom. O Google perderia sua força, mas de modo nenhum a sua reputação. Porque a sua visita continua sendo a melhor.
Aposto que as pessoas já aceitaram enviar seus dados via Analytics e Chrome, nada impede que se faça um estudo de navegação pelo conteúdo e forma que se lê o conteúdo. Artigos mais lidos (de fato), artigos mais bem posicionados.
Navegação e fidelização
Mas apenas ler o conteúdo não é o bastante. É preciso que o usuário goste do seu site e o siga descobrindo; porque quem tem um bom conteúdo realmente, decerto terá outros conteúdos para entregar. Aqui está o “x” da questão.
Pois bem, como o Gustavo Mariano falou em um post recente, a fidelização de visitantes é algo fundamental. Para muitos profissionais e agências, essa já é uma realidade. Portanto, teríamos de começar a trabalhar com uma meta inclusive para quem vem descobrir um conteúdo, de modo a ter uma retenção máxima dos visitantes:
Conclusão
Este post obviamente é uma especulação, uma maneira de refletir sobre o que poderia acontecer com o algoritmo do Google caso uma única variável mudasse – e diga-se, que variável é essa! Quero que este post, em vez de desincentivar o link building, dê uma perspectiva futura do SEO, inclusive para que façamos melhor link building hoje. A minha opinião é de que o Link building jamais vai deixar de existir, porque isso está na base do Google, mas tende gradativamente a ir se igualando a outras métricas em importância – sem nunca deixar de ser um xodó para o Google.