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Como usar inteligência artificial para vender mais na Black Friday: estratégias que fazem diferença na era da competição

Por: Gabriel Carlini

Fundador e CEO da Agência FG

É fundador e CEO da Agência FG, especializada em e-commerce com atuação em performance, evolução e implantação de projetos B2C e B2B. Com mais de 21 anos de experiência no setor, lidera a empresa com foco em inovação, adotando uma abordagem IA first para otimizar processos e fomentar a criatividade da equipe. Sob sua gestão, a FG atende a grandes marcas como Brooksfield, Brooksdonna, Guess, Colcci, Zelo, Flexform e Ovos Mantiqueira, e foi eleita uma das seis melhores agências de comunicação para trabalhar no Brasil pelo GPTW.

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A Black Friday se consolidou como a principal data do e-commerce brasileiro, mas também como um dos maiores desafios para gestores e marcas. Em um cenário de competição acirrada e consumidores cada vez mais exigentes, a inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas um recurso tecnológico e passou a ocupar papel estratégico: identificar oportunidades, personalizar a jornada e maximizar o retorno sobre os investimentos.

Notebook com letras em destaque formando a frase Black Friday.
Imagem: Freepik.

Em 2024, o faturamento do e-commerce durante a Black Friday superou R$ 4,5 bilhões. O número impressiona, mas também acende um alerta: para conquistar relevância, não basta estar presente, é preciso usar inteligência para disputar atenção e conversão em meio a milhares de ofertas.

Personalização em escala com IA

Esse período é marcado por excesso de anúncios e comunicações, o diferencial está na capacidade de falar com o cliente certo, no momento certo e com a oferta mais adequada. É aqui que entram os algoritmos de IA, capazes de analisar grandes volumes de dados de comportamento.

Marcas que aplicam machine learning conseguem segmentar audiências em tempo real, ajustar campanhas conforme a resposta do público, recomendar produtos personalizados com base no histórico de navegação e compras, e criar experiências de e-mail marketing hiperpersonalizadas, aumentando taxas de abertura e conversão.

Um case emblemático é o da Amazon, que gera mais de 30% de suas vendas a partir de recomendações inteligentes. Essa lógica já está disponível para varejistas de diferentes portes por meio de plataformas acessíveis de IA.

Previsão de demanda e gestão de estoque

Pouco adianta gerar tráfego massivo se a operação não suportar a demanda. Modelos de IA são capazes de prever quais produtos terão maior saída, equilibrando estoque, evitando rupturas e reduzindo custos com encalhes.

Grandes redes de moda e eletrônicos já adotam algoritmos preditivos para alinhar estoque a campanhas. O benefício vai além das vendas: reduz perdas financeiras e melhora a satisfação do cliente, que encontra o produto desejado sem frustrações.

Otimização de mídia paga e performance

Com o custo por clique cada vez mais alto durante a Black Friday, otimizar investimentos em mídia é uma prioridade. Ferramentas de IA aplicadas a campanhas em Google Ads e Meta Ads já permitem ajustar lances automaticamente com base na probabilidade de conversão, testar criativos em escala e identificar quais imagens, vídeos ou textos performam melhor e reduzir o desperdício em audiências de baixa qualidade.

Atendimento inteligente: chatbots e pós-venda

O atendimento é um fator decisivo na experiência do consumidor durante a Black Friday, período em que dúvidas, trocas e reclamações aumentam. Chatbots com IA generativa estão sendo usados para responder rapidamente a perguntas frequentes, guiar o cliente na jornada de compra e até sugerir produtos complementares.

Além da pré-venda, o uso de IA no pós-venda garante maior fidelização. Um consumidor bem atendido após a Black Friday tende a voltar, reduzindo o CAC e aumentando o LTV.

Como se preparar agora

Para gestores que desejam aplicar IA já neste ano, algumas ações imediatas podem fazer a diferença:

1. Revisar a base de dados de clientes: quanto mais limpa e estruturada, maior o potencial da IA.

2. Implementar ferramentas de recomendação no e-commerce.

3. Automatizar fluxos de mídia paga com base em algoritmos de otimização.

4. Testar chatbots inteligentes para dúvidas e suporte em tempo real.

5. Acompanhar métricas preditivas para estoque e logística.

A Black Friday deixou de ser apenas sobre descontos agressivos. Em um mercado saturado, a inteligência artificial se apresenta como o diferencial competitivo permitindo às marcas venderem mais e melhor, com eficiência, previsibilidade e foco no cliente.

O futuro do e-commerce não é sobre quem investe mais em mídia, mas sobre quem investe melhor em inteligência. E na Black Friday, esse futuro já começou.