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Brasil em evidência: Relatório Atlantico 2025 sobre Transformação Digital na América Latina

Por: Ângelo Vicente

CEO e Fundador da SELIA Intelligent Commerce

Mestre em Ciências e Gestão de Tecnologia, pelo MIT Sloan School of Management (2023). Fundador da e-Cadeiras e da SELIA Intelligent Commerce, onde exerce o cargo de CEO atualmente. Com uma trajetória de mais de 12 anos no setor de comércio eletrônico, Ângelo é movido pela paixão em explorar o potencial de novas tecnologias, sempre com o objetivo de agregar valor significativo para seus clientes e parceiros. Além de seu papel na SELIA, ele é uma figura proeminente no cenário de E-Commerce, onde contribui ativamente para a comunidade do setor, participando como articulista, conferencista, professor e palestrante em diversas instituições de ensino e eventos. É membro do Conselho do E-Commerce Brasil e Cofundador da Escola Superior de E-commerce - ESECOM.

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A 6ª edição do Latin America Digital Transformation Report (2025), publicado pela Atlantico, lança luz sobre a evolução do ecossistema digital da região. O documento reúne centenas de gráficos e análises originais que mostram como tecnologia, venture capital e inovação estão redesenhando a economia latino-americana.

No centro desse movimento, o Brasil desponta como protagonista, puxado por avanços em inteligência artificial, sistema financeiro digital e infraestrutura de pagamentos.

Capa do relatório “Latin America Digital Transformation Report 2025” da Atlantico, com fundo azul de ondas estilizadas.
Clique aqui para baixar o relatório completo.

IA: Brasil entre os maiores mercados globais

Um dos destaques do relatório é a posição do Brasil no cenário da inteligência artificial. O país já está entre os três maiores mercados do mundo para o ChatGPT, com uma base de usuários que representa 25% da população brasileira.

Além do consumo, empresas locais estão abraçando soluções nativas de IA e obtendo ganhos expressivos de eficiência e produtividade.

Open Finance: liderança global em adoção

Outro ponto de destaque é o avanço do Open Finance. O relatório aponta que um terço da população adulta no Brasil já consente no compartilhamento de dados financeiros.

Os impactos são evidentes:

– 74% de redução na inadimplência entre quem adota Open Finance.
– 30% mais agilidade na aprovação de crédito.
– 456% de crescimento no volume do Pix iniciado via instituições de pagamento entre 2023 e 2025.

Esse movimento posiciona o Brasil como referência mundial em interoperabilidade e inovação regulatória.

Uma referência global: o Pix definiu o padrão para o sucesso, bem à frente do índice UPI da Índia em volume, uso per capita e crescimento.

Pix: a segunda onda de crescimento

Se o Pix já revolucionou os pagamentos, a próxima fase promete ir ainda mais longe. O relatório destaca que o uso empresarial do Pix já supera as transferências entre pessoas físicas, impulsionado por integrações via Open Finance.

Entre os próximos passos do sistema estão:

– Pix Automático, para pagamentos recorrentes;
– Pix Parcelado, como alternativa ao cartão de crédito;
– Pix Internacional e via NFC, ampliando fronteiras;
– Uso dos recebíveis do Pix como colateral de crédito.

Drex: a moeda digital brasileira em evolução

O Banco Central também avança com o Drex, versão digital do real. A iniciativa entrou na fase 2 de testes, explorando casos reais de tokenização de títulos públicos e privados, além de ativos reais.

A expectativa é que o Drex abra caminho para carteiras digitais robustas, tanto no varejo quanto no atacado, ampliando a base de inclusão financeira no país.

Venture capital: um oceano de oportunidades

O relatório mostra ainda que o Brasil concentra a maior parte do venture capital da região, com recorde de recursos disponíveis para investimento.

Apesar de estar cerca de 15 anos atrás de China e Índia em maturidade digital, isso representa uma janela de mais de 20 anos de crescimento acelerado pela frente.

As projeções indicam que só o Brasil poderia gerar até US$ 1,58 trilhão em valor se alcançar o nível de penetração digital das maiores economias.

O impacto no e-commerce brasileiro

Para o e-commerce, as informações do relatório funcionam como um mapa de oportunidades e desafios:

– A adoção massiva de IA promete personalização em escala e otimização da jornada de compra.
– O Pix já é protagonista nas transações digitais e, com sua segunda onda, tende a substituir o cartão de crédito em muitas ocasiões.
– O Open Finance amplia o acesso ao crédito e pode acelerar o consumo digital, especialmente entre públicos antes excluídos.
– O Drex abre caminho para novas formas de pagamento, tokenização de ativos e maior confiança nas transações digitais.

Esses elementos, somados ao apetite de capital de risco, criam um ambiente em que o comércio eletrônico brasileiro pode se consolidar como referência global em inovação, escala e eficiência.

O Brasil no epicentro

Os dados do Relatório Atlantico 2025 reforçam a narrativa de que o Brasil é hoje o epicentro da digitalização na América Latina. A combinação de consumidores conectados, ambiente regulatório inovador e capital disponível cria condições únicas para que o país lidere a próxima década de transformação digital.

O desafio, e também a oportunidade, está em transformar esse potencial em vantagem competitiva sustentável, seja no e-commerce, nos serviços financeiros ou em novos modelos de negócio digitais.

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