A Black Friday 2025 está chegando e, mais uma vez, deve movimentar bilhões no varejo brasileiro. No ano passado, segundo a Neotrust Confi, o evento gerou R$ 9,4 bilhões em vendas, com alta de 10,7% em relação a 2023 e mais de 18 milhões de produtos comercializados. Agora, uma pesquisa do Google com a Offerwise mostra que 89% dos consumidores pretendem comprar na data. Mas a velha corrida por descontos já não garante resultado. O jogo virou.

Hoje, a disputa não é mais pelo menor preço, mas sim pela melhor venda. Na Black Friday, cada decisão deve ser precisa e sincronizada. O sucesso depende menos do tamanho do desconto e mais da capacidade de aplicar tecnologia, dados e execução integrada em tempo real.
Centralização operacional e omnicanalidade
Este ano, um novo fator entra em cena: a inteligência artificial aenerativa. Ferramentas como o ChatGPT estão se tornando o ponto de partida da jornada de compra. É o que está sendo chamado de “Agentic Commerce” – o comércio mediado por agentes de IA. Isso muda tudo. Seu próximo cliente pode ser um assistente virtual. E a pergunta é direta: sua operação está preparada para vender para um robô?
A omnicanalidade, que já deixou de ser diferencial, mostra cada vez mais por que é essencial. O consumidor – ou seu agente de IA – vai comparar preços, estoques e descrições entre site, app e marketplace. Qualquer inconsistência quebra a confiança e destrói a venda. O cliente (humano ou digital) quer uma experiência única e coerente.
Dados, personalização e execução inteligente
A base disso é uma operação centralizada e orientada por dados. Cada canal precisa “beber da mesma fonte”. Um bom modelo é a sala de guerra de dados, com protocolos claros e um ERP robusto que centralize informações e atualizações. Isso permite que precificação e promoções deixem de ser intuitivas e passem a ser cirúrgicas, protegendo margem e garantindo sustentabilidade.
Com a operação sob controle, o foco volta-se à experiência. Loja física e e-commerce devem falar a mesma língua. E a inteligência deve servir para personalizar, não para generalizar. Motores de recomendação e automação de marketing permitem entregar o desconto certo ao cliente certo, preservando rentabilidade e fortalecendo o relacionamento. O WhatsApp, por exemplo, já deixou de ser um canal de atendimento para se tornar um verdadeiro motor de conversão.
Por fim, a eficiência precisa estar presente na execução e na preparação para o futuro. Isso inclui otimizar e centralizar o conteúdo dos produtos, via integradores de marketplace, e garantir que a promessa feita ao cliente seja cumprida por uma logística inteligente. Um bom sistema WMS ajuda a equilibrar estoque e disponibilidade, enquanto o CRM fecha o ciclo, registrando e usando cada interação para fortalecer o vínculo com o consumidor.
A Black Friday 2025 será vencida por quem opera com inteligência, não por quem oferece o maior desconto. E nesse jogo, a tecnologia é o meio, não o fim. O diferencial está em como ela é usada para transformar eficiência em resultado.