Se tem uma coisa que aprendi ao longo dos últimos anos trabalhando com e-commerce é que o tempo sempre joga contra. A briga não é só pelo clique, é pela atenção, pela relevância e, principalmente, pela personalização em escala. É aí que entra a automação de marketing impulsionada por inteligência artificial. E não estou falando de buzzword, estou falando de resultado real.
Durante muito tempo, automatizar marketing era sinônimo de mandar e-mails em massa com o nome do cliente no assunto. Hoje, com a IA no centro da engrenagem, essa automação virou uma orquestra de ações inteligentes que entendem o cliente, preveem o comportamento dele e entregam experiências personalizadas quase em tempo real.
O que mudou com a IA?
A IA aprendeu a interpretar sinais. Ela sabe quando um cliente está prestes a abandonar o carrinho, entende padrões de navegação e até prevê quando é o melhor momento para um disparo de e-mail, push ou oferta personalizada. Isso tudo sem parecer invasivo ou genérico.
Segundo um estudo da Salesforce, empresas que adotam automação com IA viram um aumento médio de 451% no ROI de campanhas de e-mail. Já a McKinsey aponta que 35% do que os consumidores compram na Amazon vem de recomendações automáticas baseadas em machine learning.
Aqui no Brasil, ainda estamos amadurecendo. Mas quem já começou a testar, mesmo que em pequena escala, viu melhorias significativas em métricas como taxa de abertura, clique e conversão.
Casos que inspiram
Empresas como a Sephora, com seu sistema de IA que personaliza recomendações de produtos com base no histórico do cliente, ou a Netflix, que cria thumbnails diferentes para cada usuário baseado no que ele assiste, mostram que personalização é a nova régua de sucesso. No e-commerce, vemos lojas como a Petz usando IA para prever a necessidade de recompra de ração, por exemplo. E isso é só o começo.
Ferramentas que fazem a mágica acontecer
Algumas ferramentas estão na vanguarda dessa automação inteligente:
– Dinamize e RD Station: soluções nacionais que vêm se aprimorando em IA preditiva.
– Klaviyo e ActiveCampaign: muito usados lá fora, com automações baseadas em comportamento e compra.
– Salesforce Marketing Cloud e HubSpot: gigantes que entregam IA aplicada à jornada completa.
Além disso, o avanço dos CDPs (Customer Data Platforms) conectando dados de múltiplas fontes e organizando a jornada em tempo real abriu uma nova camada de inteligência e velocidade.
O futuro? É agora.
A IA já está se tornando protagonista da jornada de compra. Segundo a Statista, até 2027, 80% das interações de marketing digital terão algum grau de automação com IA. E isso vai desde o conteúdo até o momento certo de exibir uma oferta.
Mas atenção: automatizar sem estratégia é automatizar ruído. Por isso, o segredo está em unir dados, criatividade e IA. Não adianta ter uma ferramenta de ponta se você não entende o comportamento do seu cliente ou se está preso a fluxos genéricos.
IA aplicada ao marketing: quando os resultados falam por si
Automação com IA não é mais uma ideia futurista, ela está acontecendo agora e com números que não podem ser ignorados. E o mais interessante: tem muita empresa brasileira dando show nessa área.
Um dos exemplos mais legais que vi recentemente foi o da Bilheteria Express, que criou a “Marília”, uma IA que atua diretamente no WhatsApp. Sim, ela vende ingresso, responde dúvida, entende contexto e ainda dá aquele empurrãozinho pra quem deixou o carrinho de lado. Resultado? A empresa faturou mais de R$ 1 milhão no primeiro trimestre de uso, com taxa de conversão de 8,6%, quase três vezes mais que a média do site. O dado foi divulgado pela própria empresa em entrevistas e portais como o Canaltech, ou seja, é real mesmo.
Outro case que merece destaque é o da WePink, marca que vem revolucionando o live commerce no Brasil. Em uma das transmissões, bateu R$ 15 milhões em uma hora. Em outra, R$ 4,6 milhões em apenas 20 minutos. Tudo isso com o apoio de IA para personalizar recomendações em tempo real e entender o comportamento da audiência durante a live. A tecnologia por trás disso analisa cliques, interesses e engajamento quase que instantaneamente, criando uma experiência sob medida para cada usuário. É o e-commerce virando entretenimento… e com muita inteligência por trás.
E não são só os brasileiros que estão surfando essa onda. Lá fora, uma empresa chamada RTB House (com presença global, inclusive no Brasil) criou uma tecnologia própria de deep learning para retargeting. Eles reportaram crescimento de 100% ao ano por vários anos consecutivos, e os clientes que usam a solução já registraram aumento de até 50% na performance das campanhas. É aquele tipo de automação que entende o que o consumidor quer antes mesmo de ele saber, e isso faz toda a diferença no funil.
Esses cases mostram que a IA, quando bem aplicada, deixa de ser uma promessa e vira resultado. E o melhor: já existem soluções acessíveis pra isso, de ferramentas robustas como Salesforce e Klaviyo até opções nacionais como a Dinamize, que vem evoluindo rápido nesse cenário.
Se tem algo que aprendi com esses exemplos é que IA não é só sobre automação. É sobre entender melhor o cliente, agir no tempo certo e criar experiências tão bem ajustadas que a venda se torna quase natural.
E, cá entre nós, isso não é mais diferencial. É o mínimo que se espera de quem quer vender com inteligência daqui pra frente.
Automação de marketing com IA não é mais opcional, é mandatório para quem quer escalar sem perder conexão. E o Brasil, com sua maturidade digital em crescimento, tem tudo para acelerar. Basta dar o primeiro passo: entender o cliente, usar os dados com inteligência e deixar a IA fazer o trabalho pesado.