Estabelecer uma war room, ou sala de guerra, faz parte do planejamento estratégico de empresas em momentos decisivos. Afinal, é o que demandará um alto volume de operações ou mesmo o gerenciamento de projetos considerados complexos. Como é o caso, por exemplo, da atuação das empresas de transportes e logística no fim de ano. Ou seja, que se inicia com a Black Friday, a principal data do e-commerce em novembro, e se estende até dezembro, por conta do Natal — outra data que movimenta grandes quantidades de produtos vendidos pelo comércio eletrônico.
O conceito se popularizou com Winston Churchill. Isso porque, na Segunda Guerra Mundial, ele montou um bunker e lá reuniu uma equipe militar selecionada e bem-informada. Na ocasião, foi fundamental para as tomadas de decisões dos britânicos contra o avanço nazista.
No ambiente corporativo, a war room representa uma sala multidisciplinar com as principais lideranças da empresa, capazes de concentrar todas as informações das diferentes áreas. Tudo em prol de tomar as melhores decisões em favor do sucesso do elevado volume de operações no período.
Durante os dois últimos meses do ano, não apenas os varejistas e marketplaces mobilizam-se nesse sentido, mas também as organizações de todo o ecossistema do e-commerce. E isso inclui as transportadoras e os operadores logísticos, que empenham-se em fazer com que as entregas dos produtos vendidos cheguem ao consumidor por meio de uma experiência positiva.
É bom lembrar que os e-shoppers estão cada vez mais exigentes, pois esperam que as transportadoras cumpram os prazos das entregas — ou entreguem em menos tempo, com cuidado extremo com as mercadorias em todas as etapas do transporte. Por isso é muito importante que os parceiros logísticos do e-commerce estejam preparados para absorver a alta demanda, mantendo a qualidade dos serviços.
Para tanto, a war room tem que fazer parte do planejamento estratégico do Natal, e deve ser implementada com antecedência. Afinal, é preciso estar preparado para que qualquer problema envolvendo as coletas e entregas seja rapidamente identificado e resolvido.
No caso das transportadoras e dos operadores logísticos, a war room se mantém em operação durante dezembro — até o Natal e alguns dias depois, pois estes são os momentos críticos e de grande volume de entregas e coletas. Deste local, todos os itinerários das encomendas são monitorados em tempo real por meio da tecnologia. E, no caso de qualquer anomalia, uma série de ações são tomadas para sanar a questão. A proposta é estabelecer estratégias ousadas e metas ambiciosas entre as áreas. Lembro que isso não é apenas para engajar todo o time de especialistas, como também para alcançar os resultados positivos esperados com qualidade.
Análises dos dados em tempo real ajudam a detectar as anomalias. Além disso, permitem que as transportadoras tenham acesso aos índices de satisfação dos clientes embarcadores e dos e-shoppers nestes dois últimos meses do ano.
Esta reunião de pessoas estratégicas da empresa em um único lugar é muito positiva porque todos concentram-se neste objetivo, sem interrupções. Este ambiente faz aflorar ideias e possibilita uma sinergia no time, assim como traz resultados positivos em pouco tempo. As salas de guerra fornecem visão estratégica da empresa para as equipes; colaboram no monitoramento da concorrência; e, adicionalmente, mostram-se interessantes para uma análise SWOT da organização.
No cenário de um consequente aumento acentuado do volume de encomendas no período a serem transportadas, a war room torna-se essencial. Ela fará com que as transportadoras estejam totalmente focadas em contribuir com a agilidade nas entregas e um bom serviço de conveniência. Afinal, isso já se constitui em uma das etapas mais importantes de toda a experiência do e-shopper, uma vez que é o momento em que todo o processo digital torna-se tangível.