Por que é importante se preocupar com o tempo de carregamento da sua loja?
Em recente pesquisa realizada pela Forrester, 47% dos internautas não irão esperar mais do que três segundos para o carregamento de um site - em 2006, o tempo era de quatro segundos. Hoje, com a presença quase universal no Brasil da banda larga, o cliente está mais exigente sobre o tempo de carregamento, e ela contribui para avaliação positiva ou negativa da experiência de compra em sua loja. Compradores se tornam desatentos em sites lentos - nessa pesquisa, foi avaliado que 14% mudam de loja e 23% desistem da compra ou se afastam do computador para fazer outra coisa.
Além de melhorar a experiência do seu cliente, um site mais rápido será melhor avaliado pelo sistema de ranking do Google, no qual sua equipe afirmou que sites mais rápidos fazem internautas mais felizes, para justificar a mudança no seu algoritmo de pesquisa.
A otimização do tempo de carregamento do site é algo que você, gestor de e-commerce, precisará interagir com diferentes profissionais e fornecedores da sua empresa, e uma tarefa árdua, na qual você terá que mostrar de forma objetiva a situação da sua loja e apontar um checklist que as empresas responsáveis pelo seu HOST, pela sua plataforma e sua interface terão que trabalhar junto com você.
A análise do seu site deve começar por avaliar três itens:
- Velocidade de carregamento da loja no browser
O tempo que demora do momento em que seu cliente clica em um link ou digita o endereço do seu site no browser e este faz a solicitação no servidor para o envio dos arquivos do site. Assim que o browser começa receber os arquivos, ele organiza visualmente os códigos no formato da interface que o cliente utiliza para navegar na sua loja.
- Quantidade de arquivos enviados para o browser do seu cliente
Quando o browser monta a interface da sua loja para o cliente, o HTML, para renderizar o site na tela, envia arquivos de imagens (Gif, PNG e JPG), JavaScript/jQuery, CSS para o computador de onde se está acessando a loja. Quanto maior o número de arquivos enviados para o cliente, mais tempo a sua loja levará para carregar.
- Quantidade de arquivos em bytes
Soma total em bytes dos arquivos, incluindo HTML, imagens, CSS, JavaScript/jQuery, Flash e etc.
Indico agora duas ferramentas que permitem a você levantar esses números de forma gratuita e objetiva. Essas ferramentas, além de indicarem essas métricas, apontam sugestões de onde e como você pode e melhorar a sua performance.
Minha primeira sugestão de ferramenta de análise é a Pingdom (http://tools.pingdom.com/fpt/), ele possui uma ferramenta gratuita que avalia as três métricas citadas anteriormente. Ao fazer uma pesquisa da sua loja com eessa ferramenta, você saberá claramente quais são os arquivos que precisarão ser reduzidos e também receberá muitas sugestões de otimizações.
O gráfico acima, do Pingdom, faz uma comparação com outros websites e mostra onde devemos focar os esforços de otimização. O caso acima deixa claro que a loja precisa ter revista a configuração de servidores de cache. Esse é um tipo de configuração que você precisará solicitar à equipe técnica do seu servidor ou parceiro de plataforma.
O que acontece em um caso como esse é que o browser do seu cliente não está sendo usado em seu favor. Imagine que sua loja é composta de arquivos HTML, CSS, jQuery e imagens e que, a cada vez que um mesmo consumidor te visita, ele é obrigado a receber sempre os mesmos arquivos. Assim, esse consumidor terá uma experiência de lentidão tanto na primeira vez que visitar a sua loja, como quando retornar para comprar novamente, caso isso venha acontecer.
A solução é que o seu host inclua, nos cabeçalhos HTTP, que o browser que navega na loja deverá armazenar os arquivos em seu cache.
A minha segunda sugestão é a utilização do Pagespeed Insights, do Google (https://developers.google.com/speed/pagespeed/). Ela é prática e informa com indicações de prioridades as ações que devem ser tomadas pelo gestor que deseja otimizar a velocidade da sua loja.
Em geral, as ações indicadas envolvem a redução do tamanho dos arquivos CSS, JS e imagens. Mas também é necessário estudar timeline (no Pagespeed do Google é a critical path, e no Firebug é o painel de rede) de carregamento dos arquivos que compõem a loja para poder entender com praticar a redução de peso e também de quantidade de arquivos.
Avaliei os top 10 do e-commerce brasileiro e montei a tabela abaixo com as métricas de peso em bytes, quantidade de request e tempo de carregamento. Utilizei a ferramenta Pingdom para a capacitação das métricas, e o posicionamento de acesso é o fornecido pelo site Alexa. Analise com cuidado a tabela para perceber a relação entre bytes, request e tempo de carregamento.
| Empresa | Posição | Bytes | Request | Loadtime | Load Net (s) |
| Americanas | 1 | 2.4 | 149 | 2.19 | 4s |
| Amazon | 2 | 1.1 | 136 | 1.29s | 03.4 |
| Submarino | 3 | 2.9 | 338 | 2.97 | 5.1 |
| Netshoes | 4 | 686 | 223 | 2.90 | 6 |
| Dafiti | 5 | 622 | 27 | 2.30 | 3.7 |
| Walmart | 6 | 2 | 192 | 4,67 | 5.2 |
| Magazine Luiza | 7 | 1,6 | 227 | 7,05 | 11 |
| Ponto Frio | 8 | 2,3 | 183 | 3,21 | 11 |
| Saraiva | 9 | 1,2 | 182 | 10.6 | 4.4 |
| Casas Bahia | 10 | 1.6 | 169 | 7.30 | 5.5 |
| Shoptime | 11 | 2.0 | 131 | 2,09 | 2,7 |
Se a sua loja está posicionada em um quadrante ruim do gráfico, siga abaixo as minhas dicas para melhorar sua performance.
As dicas podem ser divididas em duas categorias:
A) Redução de peso de arquivos
B) Redução de quantidade de requisição de arquivos ao servidor.
A primeira está diretamente ligada à otimização em bytes, e a segunda, à quantidade de arquivos que sua loja precisa para ser renderizada na tela do seu cliente.
- Imagens - Otimize o tamanho das suas imagens, reduza sempre que for possível em kbytes os banners da loja. Caso esteja usando pngs, aplique neles ferramentas como compactadores - assim, é possível reduzir o tamanho em até 70% desses arquivos.
- JQuery, CSS e HTML - Após o desenvolvimento da codificação desses arquivos, é possível reduzir seu tamanho em até 40%. Como? Simplesmente aplicando neles arquivos que chamados minificadores - eles retiram espaços em branco e códigos que não são necessários.
Artigo publicado na Revista E-Commerce Brasil, edição 11.
Todos os direitos reservados. Não é permitida a publicação parcial ou total.