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A retenção de clientes é uma responsabilidade compartilhada

Por: Éder Henrique Melo de Oliveira

Customer Success na Uappi

Cursou Administração de Empresas na UNIP - Universidade Paulista. Atuou na área Comercial em grandes e-commerces como Central Ar e Dufrio, Hoje atua como Customer Success na empresa Uappi.

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Quando o assunto é retenção de clientes, não faltam artigos, estudos e fórmulas no mercado. No entanto, a proposta aqui é trazer uma reflexão mais profunda sobre os reais fatores que impactam a satisfação do cliente e, consequentemente, a sua permanência ativa na base.

Funcionária de loja recebe um cartão de uma cliente sorridente em frente ao balcão, com roupas ao fundo.
Imagem: Reprodução.

Em um cenário cada vez mais competitivo, no qual novas soluções, inovações e experiências de compra surgem o tempo todo, manter um cliente se tornou um grande desafio. Mas é possível e mais simples quando existe um trabalho bem executado, baseado em valorização, relacionamento e entrega de valor constante.

Retenção: um papel que não é de um, mas de todos

O primeiro e mais importante passo é compreender que a retenção de clientes não é responsabilidade de um único departamento. O erro comum das empresas é centralizar essa função em áreas como Customer Success, Pós-venda, Qualidade ou Comercial, como se fossem os únicos responsáveis pela satisfação e longevidade dos clientes.

Esse é, na prática, o início de um problema estrutural. A retenção precisa ser parte da cultura organizacional. Todos os setores, direta ou indiretamente, impactam a jornada do cliente. A responsabilidade deve ser compartilhada.

Por exemplo, o time de tecnologia, muitas vezes esquecido nas discussões sobre retenção, desempenha um papel crítico. Se uma entrega de projeto é mal executada, se há bugs constantes, se há falhas no sistema, tudo isso impacta diretamente a experiência e, consequentemente, a satisfação do cliente.

O mesmo vale para o time de Gente & Gestão. Times bem treinados, alinhados, motivados e desenvolvidos entregam melhores experiências, são mais eficientes nos processos e constroem relações mais sólidas com os clientes. Isso tem impacto direto no LTV (Lifetime Value) e na saúde financeira do negócio.

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Geração de confiança

O primeiro passo para reter é gerar confiança. E isso começa com informações claras, comunicação objetiva e entrega do que foi prometido.

Hoje, os consumidores não buscam apenas um produto, mas uma solução real para suas necessidades. Se sua empresa consegue entregar exatamente isso, nasce ali uma relação de confiança. E ela é fortalecida por:

– agilidade nos processos;
– comunicação personalizada;
– atendimento humanizado.

E claro, prova social, avaliações positivas, depoimentos e reputação são fatores decisivos na jornada de compra.

Experiência de consumo impecável

A retenção começa antes mesmo da primeira compra – desde a navegação no site, passando pela escolha do produto, atendimento, entrega e, principalmente, no pós-venda.

Seu site precisa ser:

– intuitivo;
– ágil;
– mobile friendly.

E entregar uma experiência livre de fricções. A percepção do cliente sobre a qualidade do processo impacta diretamente a decisão pela recompra.

Geração contínua de valor

A retenção também passa pela percepção de valor constante. Algumas estratégias que reforçam isso:

cashback, que vem se consolidando como um dos maiores motivadores de recompra;
– programas de fidelidade e assinaturas, que garantem recorrência;
– e-mail marketing bem estruturado e campanhas de remarketing, para manter o relacionamento ativo;
– cupons de desconto, ofertas sazonais e benefícios exclusivos para quem já é cliente.

Tudo isso mantém sua marca presente na mente (e no coração) do cliente.

Medição e melhoria contínua

Não há retenção sem ouvir quem mais importa: o próprio cliente. É indispensável criar mecanismos para ouvir, medir e aprimorar:

– pesquisas de satisfação (NPS, CES, CSAT);
– feedbacks ativos e passivos;
– análises constantes da jornada para identificar pontos de atrito;
– métricas bem acompanhadas guiam decisões que, no final, garantem mais retenção, mais receita e menos churn.

Retenção é estratégia, não consequência

A retenção de clientes não é uma ação pontual, nem responsabilidade de um único time. Ela é um motor contínuo, que precisa ser alimentado por toda a organização.

Manter um cliente custa, comprovadamente, muito menos do que conquistar um novo. E mais do que isso: clientes fiéis compram mais, divulgam sua marca e contribuem diretamente para a construção de um negócio mais rentável, sustentável e saudável.

Empresas que entendem isso constroem vantagens competitivas que o mercado dificilmente consegue copiar.