O ambiente virtual é o novo shopping center. Quase dois terços dos brasileiros compram produtos online pelo menos uma vez por mês. Cerca de 930 mil e-commerces estão ativos no Brasil, sendo que mais da metade deles são pequenos negócios de nicho. Assim como nas antigas ruas de comércio, vence a competição pelo consumidor digital quem sai na frente, lançando tendências ou se adaptando rapidamente às novas formas de encontrar, cativar e reter clientes.
Com 2020 batendo à porta, quem se dedica ao e-commerce precisa rever estratégias e pensar nos próximos passos para consolidar a presença no mercado. Há movimentos tão fortes e evidentes acontecendo que avaliar a pertinência deles para cada tipo de negócio é premente. Listo aqui as tendências que enxergo como mais importantes para o comércio online no próximo ano. Eis as minhas considerações para prosperar com uma loja virtual:
Omnichannel: aqui, ali, em qualquer lugar
Com a popularização dos smartphones, é natural que o acesso às lojas virtuais aconteça, em grande medida, via dispositivos móveis. Na verdade, os consumidores estão usando um número cada vez maior de canais durante o processo de compra. Integrar diversos canais de atendimento e vendas, portanto, é uma estratégia fundamental para vender mais.
Não há mal nenhum em começar uma venda por um canal e terminar em outro — desde que não haja interferências no processo. O desafio é exatamente proporcionar uma experiência contínua de um para o outro, o que demanda investimentos em um sistema omnichannel. Se o objetivo é vender, a meta precisa ser oferecer todos os caminhos para o cliente chegar até o produto, seja na loja mobile, no marketplace, no telefone ou mesmo na loja física.
Customer analytics: dados, dados e mais dados
Processar a grande quantidade de dados que seus clientes e o seu público-alvo deixam pelo caminho quando acessam a internet permite prever o que eles querem — e quando querem. Além disso, também ajuda a melhorar a experiência dos consumidores. Por isso, a análise de dados é um campo promissor nas vendas online.
O Gartner estima que, até 2021, mais de 40% de todos os projetos de análise de dados estarão relacionados a algum aspecto da experiência do consumidor. Associadas à inteligência artificial, ferramentas de análise de dados podem ajudar a gerar experiências personalizadas para cada cliente, de acordo com seus padrões de abertura, engajamento e conversão. É uma maneira de garantir resultados para o e-commerce.
Visual commerce: ferramentas para uma experiência completa
No e-commerce, a ideia de proporcionar uma experiência completa para o consumidor ganha cada vez mais força. Por isso, a adoção de ferramentas de realidade virtual e aumentada é uma tendência. Com elas, um cliente é capaz de visualizar ou testar o produto antes comprá-lo. Há quem já chame isso de “visual commerce”, incluindo vídeos em 360º, configurações 2D e 3D, além de pesquisa visual na web (busca a partir de uma imagem, no lugar de uma palavra).
Com realidade virtual, pode-se criar ambientes digitais que simulam a experiência do produto para o consumidor. Já com realidade aumentada combina-se o produto digital com o ambiente real, permitindo que o item de compra seja visualizado no lugar em que será usado. Imagine o efeito de estratégias desse tipo em um e-commerce de artigos de decoração, por exemplo.
Voice commerce: Alexa, quero comprar
A disseminação dos assistentes pessoais — como a Alexa, da Amazon — deve dar impulso às compras por voz. Preparar o e-commerce para a adoção dessa nova tecnologia é importante para assegurar uma experiência memorável ao consumidor.
Uma tendência clara, nesse sentido, é a expansão do uso de inteligência artificial nesses dispositivos. Criar um mecanismo de compra automática integrada a uma inteligência artificial na loja virtual pode parecer ousado, mas é algo que promete chamar atenção.
Compras recorrentes: tudo por assinatura
Para uma loja virtual, mapear quais os produtos do seu catálogo são alvo de compras sucessivas pode ser um primeiro passo para implementar um sistema de compras recorrentes. Criar clubes de assinatura, em que a aquisição e o envio são automatizados, é uma ótima ideia para conquistar novos clientes pela comodidade. É que repetir todas as etapas a cada nova compra de uma mesma coisa pode ser muito desestimulante.
Para a loja virtual, o benefício é óbvio: a receita se torna muito mais previsível. Só que é preciso fazer essa mudança com atenção e, principalmente, dedicação. Estima-se que 75% das organizações que vendem diretamente ao consumidor final passem a oferecer serviços de assinatura nos próximos quatro anos, mas apenas um quinto delas serão bem-sucedidas em elevar o grau de retenção de clientes.
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