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Vendas online podem alcançar U$ 200 bilhões neste fim de ano nos EUA

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A Adobe publicou seu relatório Holiday Trends 2020, que traz diversos insights e previsões sobre quando, como e com que os consumidores planejam gastar neste fim de ano. Entre os achados, a pesquisa mostra que as vendas online neste ano devem bater o recorde nos Estados Unidos, com potencial de movimentar US$ 200 bilhões, o que significa crescimento de quase 50% na comparação com números do mesmo período de 2019.

Confira os cinco principais insights apresentados no Holiday Trends deste ano:

1) Ganhos recordes nas vendas online

A expectativa é de recorde nas vendas online, já que muitos consumidores vão optar por comprar pelo e-commerce para evitar ir às lojas físicas. O e-commerce ainda representa apenas US$ 1 de cada US$ 4 gastos no varejo, mas esse valor pode aumentar.

A Adobe prevê que os gastos online no fim de ano chegarão a US$ 189 bilhões — 33% de crescimento na comparação ano a ano (YoY). O estudo mostra ainda que o potencial das vendas no e-commerce pode ser ainda maior: US$ 200 bilhões (47% de crescimento YoY).

“O período de fim de ano já costuma ser bem movimentado, tanto pelas tradicionais promoções quanto pelo costume de presentear familiares e amigos. Com a pandemia da Covid-19, esse cenário deve mudar, já que as restrições legais e o receio dos consumidores devem fazer com que muitas pessoas prefiram comprar on-line”, afirma Fernando Teixeira, diretor de estratégias da Adobe para a América Latina.

2) O frete decisivo no online

Segundo a Adobe, 75% dos entrevistados disseram que frete grátis é um fator importante para compras online. Os dados mostram que o share de pedidos com entrega gratuita geralmente aumenta em 8,6% durante o fim de ano. A maioria (64%) dos consumidores disse que não pagaria por frete expresso, provavelmente porque eles se acostumaram com as ofertas de frete grátis durante novembro e dezembro.

A Adobe espera que alguns consumidores façam suas compras mais cedo para evitar atrasos na entrega, o que põe mais pressão nos varejistas. Afinal, ninguém quer receber os pedidos atrasados, especialmente durante a temporada de Natal. O relatório também prevê aumento de 18% no envio de presentes este ano, o que faz com que opções de embalagem para presente e sugestões para presentear melhorem a experiência de compra, segundo o levantamento.

3) Clique & Retire continuará crescendo

Em 2019, os pedidos BOPIS (buy online, pick-up in store) corresponderam a 22% das compras online no fim de ano, e a Adobe prevê que, em 2020, essa modalidade vai ter crescimento de mais de 40% durante o mesmo período. Porém, no caso de compras feitas na última hora, 52% das pessoas preferem a opção de frete com entrega em um dia, enquanto 37% escolhem BOPIS.

Outro dado interessante é que 71% dos consumidores esperam comprar mais itens quando retiram um pedido na loja, quando no ano passado esse número era de 82%. Essa queda provavelmente foi causada pela Covid-19, que fez com que as pessoas evitem ficar muito tempo dentro das lojas.

4) Compras mobile continuarão fortes

Com a diminuição do tempo gasto com deslocamento e o uso contínuo de computadores no home office, algumas pessoas pensaram que o avanço dos smartphones como dispositivo de compras preferido iria parar. No entanto, o crescimento das compras em smartphones continuou em ritmo acelerado.

A Adobe espera que compras feitas por smartphones e tablets constituam uma parcela maior dos gastos online neste fim de ano em comparação com o resultado de 2019, apesar do aumento do número de pessoas trabalhando em casa e com fácil acesso a seus computadores.

O estudo prevê que os consumidores farão 42% de suas compras em smartphones neste fim de ano, com estimativa de US$ 28 bilhões a mais em gastos mediante uso desses dispositivos em 2020.

“Esse dado é muito interessante, pois mostra que a participação dos smartphones nas compras online é uma tendência que vai além do uso por necessidade. A experiência de compra em dispositivos móveis se tornou segura e prática o bastante para que as pessoas realmente prefiram fazer suas compras por smartphones, e não porque elas estão longe de seus computadores”, diz Teixeira.

5) Ferramentas de busca com papel importante

O que uma pessoa pesquisa mostra exatamente o que ela está procurando antes mesmo de chegar a um site. De acordo com o relatório, os buscadores aumentarão em 9% o share de compras na temporada de fim de ano, representando 46,5% da receita total de compras online — desse número, as buscas pagas devem corresponder a 26%, e as orgânicas a 21%.

Segundo a Adobe, os varejistas podem aproveitar as listas de produtos, reposicionar melhor o conteúdo e criar categorias ou landing pages que espelhem o que os consumidores mais estão procurando.

O e-mail está entre os canais de marketing que tiveram maior queda: 15%, com diminuição de 8% no share. Já as redes sociais são conhecidas por promover awareness em vez de compras diretas, e, enquanto sua participação no e-commerce, em geral, aumentou 14% em relação aos números do ano passado, elas mal ultrapassarão 3% das compras dessa temporada.

Metodologia

Utilizando Adobe Analytics, esse relatório anual avalia 1 trilhão de visitas a sites de varejistas dos EUA e analisa tendências de produtos, preços e transações, assim como dados de envio e devolução. Além disso, um estudo complementar, realizado com mais de mil consumidores estadunidenses adultos, revelou suas expectativas para essa temporada.

O estudo completo pode ser acessado clicando neste link.

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