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Vendas no e-commerce batem marca de R$ 118,6 bilhões no 1º semestre no Brasil

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

O e-commerce brasileiro atingiu a marca de R$ 118,6 bilhões em vendas no primeiro semestre de 2022, de acordo com o relatório Webshoppers 46, elaborado pela NielsenIQ | Ebit, em parceria com a Bexs Pay. O valor corresponde a uma alta de 6% em comparação com o mesmo período em 2021, quando o valor era de R$ 111,8 bilhões. O destaque se mantém com a categoria de alimentos e bebidas e produtos de giro rápido.

“O crescimento do consumo nesse semestre é tímido se comparado com o crescimento de 2020 para 2021, quando tivemos uma alta de 47%, mas o volume de vendas ainda é muito expressivo e reforça que o e-commerce veio para ficar, sobretudo, na compra de produtos de giro rápido”, afirmou o head de e-commerce da NielsenIQ|Ebit, Marcelo Osanai. “Cada vez mais o consumidor opta por fazer compras online para abastecer suas moradias com alimentos, bebidas, produtos de higiene pessoal, ou seja, esses produtos de baixo custo e alto giro”, acrescentou.

Há também alta na quantidade de pessoas que aderiram ao modelo de consumo online, via plataformas de e-commerce. De acordo com a pesquisa, atualmente constam 49,8 milhões de compradores online no Brasil, o que representa uma alta de 18% na comparação do primeiro semestre de 2022 com o mesmo período do ano anterior, quando o número era de 42 milhões.

“O e-commerce ja vinha crescendo, ja era tendência, mas cresceu ainda mais após a pandemia. Os shoppers buscam diversos canais e o e-commerce foi sendo incorporando de forma significativa desde 2019”, afirma Alfredo Costa, Managing Director da NielsenIQ no Brasil. O brasileiro passou a visitar mais canais diferentes de venda. Anos atrás, eram três, hoje são cerca de nove. Por isso, supermercados não competem mais somente com outros supermercados, mas com outros tipos de estabelecimento, como padarias, por exemplo”, explica Costa.

O ticket médio, no entanto, apresentou retração no período analisado pela pesquisa. Entre os consumidores recorrentes, houve uma queda de 7% na comparação entre o primeiro semestre de 2021 com o segundo semestre de 2022. Já entre os consumidores novos, a queda foi maior, com baixa de 10% na comparação entre os dois períodos. No enquadramento que considera todos os consumidores digitais, a queda foi de 8%.

A categoria de Alimentos e Bebidas continua com destaque. Segundo o levantamento, a variação de pedidos entre o primeiro semestre de 2022 e o mesmo período de 2021 foi de 128%. Além disso, a avaliação da importância desses produtos dobrou, saindo de 6%, em 2021, para 12%, em 2022, considerando em ambos os casos o primeiro semestre dos respectivos anos.

Em segundo lugar na variação de pedidos entre os dois períodos ficou a categoria de Perfumaria e Cosméticos (24%), seguida pelo grupo Bebês e Cia (17%) e Saúde (15%).

Vendas via mobile

O uso de aparelhos como smartphones e tablets para a compra de artigos online teve uma leve queda na comparação entre o primeiro semestre de 2022 com o mesmo período do ano imediatamente anterior. De acordo com a pesquisa, a porcentagem de consumidores que realizaram pedidos por meio de aparelhos mobile caiu de 53,9% para 53,8%. Na comparação que considera o índice Gross Merchandise Volume ou Volume Bruto de Mercadoria (GMV, sigla em inglês) para aparelhos mobile, a queda foi maior. Saiu de 48,5% para 48%.

Ainda assim, o uso de mobile para compras online ainda é o principal meio de compra no país, sendo responsável por 54% dos pedidos. Na divisão por regiões, a tendência se mantém, com destaque para a região Norte, que aumentou a porcentagem que mede a importância da compra via dispositivo móvel de 61% para 67%, na comparação entre o primeiro semestre de 2022, com o mesmo período de 2021.

Presença feminina no e-commerce

Dados do levantamento apontam que as mulheres aumentaram a presença no número de pedidos de e-commerce no Brasil. Segundo o levantamento, de janeiro a junho de 2021, elas representavam 56,4% do público consumidor em plataformas digitais. Já no mesmo período de 2022, a presença delas subiu para 56,9%. “Isso significa que o público feminino gasta menos, mas compra mais itens”, explicou Osanai.

Nesse aspecto, os homens continuam em destaque. No primeiro semestre de 2021, eles eram 53,9% nesse público, e aumentaram sua participação para 54,3% nos seis primeiros meses de 2022.

Cross Border

No primeiro semestre de 2022, 54% dos brasileiros que fazem compras online optaram por realizar suas operações em plataformas de empresas estrangeiras. A líder no top 5 das companhias mais procuradas foi a Shopee, com 42% das indicações dos respondentes. Em seguida, ficaram posicionadas Aliexpress (34%), Amazon (31%), Shein (16%) e Wish (7%).

Ainda nessa análise, as categorias de Moda e Acessórios e de Eletrônicos têm o maior destaque. No primeiro semestre de 2022, 28% dos consumidores realizaram compras na primeira categoria, enquanto outros 24% compraram eletrônicos. Em seguida, vem as categorias de Informática (18%), Casa e Decoração (17%) e Brinquedos e Games (9%).

Jornada no comércio eletrônico

Redes sociais, sites de busca e digitar o nome da loja são os principais impulsionadores da jornada dos shoppers para iniciar uma compra online. Na categoria de Alimentos e Bebidas, por exemplo, quando questionados sobre “como chegaram a essa loja”, 17% dos entrevistados responderam “redes sociais”, enquanto outros 17% disseram que digitaram o nome da loja. No setor de Bebês e Cia, a motivação via redes sociais foi ainda maior, alcançando 31% do público. Em ambos os casos, os valores são referentes ao primeiro semestre de 2022.