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Streaming, games e IA: consumo digital dispara e pesa na balança do país

Por: Alice Lopes

Jornalista no E-Commerce Brasil

Jornalista no E-commerce Brasil, graduada pela Universidade Nove de Julho e apaixonada por comunicação.

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O apetite do brasileiro por séries, filmes, games, música e soluções de inteligência artificial tem gerado um impacto significativo nas contas externas do país. No primeiro semestre de 2025, as remessas de empresas brasileiras para pagar serviços digitais de gigantes estrangeiras, como streaming e computação em nuvem, cresceram 24%, somando US$ 9,94 bilhões.

A maratona dos streamings pode estar custando caro ao Brasil
(Imagem: Envato)

Mercado brasileiro em alta

O avanço é reflexo direto da demanda de consumidores e empresas. Segundo estudo da PwC, o Brasil deve movimentar US$ 39,4 bilhões (cerca de R$ 215 bilhões) em serviços digitais neste ano. O país já ocupa a 11ª posição no ranking global do setor e representa 36% de toda a receita dessas empresas na América Latina.

O peso do mercado brasileiro fica evidente ao comparar com a Índia. Apesar de ter uma população sete vezes maior, o país asiático movimentou US$ 52 bilhões em mídia digital em 2024, apenas 38% acima do consumo brasileiro.

Expansão das assinaturas

A base de assinantes também segue em crescimento. Em 2024, 32,7 milhões de lares brasileiros possuíam pelo menos uma assinatura de streaming, 1,5 milhão a mais do que no ano anterior. O segmento já gera um faturamento estimado em R$ 70 bilhões por ano no país.

Pressão sobre a balança de pagamentos

O consumo elevado, no entanto, tem efeito direto no câmbio. O déficit externo em serviços digitais aumentou enquanto o investimento direto no país, que ajudava a compensar a balança, perdeu fôlego diante de incertezas internas e da política econômica de Donald Trump nos Estados Unidos.

Como resultado, o déficit passou de 1,1% do PIB em maio de 2024 para 3,4% em junho de 2025.