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Segundo fontes, Shopee corta dezenas de vagas dias antes de funcionários iniciarem na empresa

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Recentemente destacamos a liderança da Shopee em instalação de aplicativos no Brasil no segundo semestre do ano, com mais de 9 milhões de instalações únicas. Além disso, mostramos alguns “segredos” do sucesso do maior e-commerce do Sudeste Asiático — revelado por Debora Urbach, Sales Lead Latam da SHAREit, que presta serviço para a empresa. Entretanto, segundo afirma a Reuters, tudo leva a crer que a Shopee cancelou dezenas de ofertas de emprego nas últimas duas semanas.

Relato das demissões partiu de quatro pessoas entrevistadas pela Reuters que participaram de um grupo no WeChat de cerca de 60 pessoas.

Segundo fontes ouvidas pela agência, isso ocorre em movimento que vem após sua controladora, Sea, relatar prejuízos crescentes e crescimento de receita acentuadamente mais lento. O relato partiu de quatro pessoas entrevistadas pela Reuters que participaram de um grupo no WeChat de cerca de 60 pessoas. O grupo, neste caso, foi criado para discutir o fechamento das vagas da Shopee. Entre as informações, pessoas disseram que suas posições foram suspensas apenas alguns dias antes da previsão de início no cargo.

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A Sea, com sede em Cingapura, disse que rescindiu recentemente algumas vagas da Shopee, mas não disse quantas. “Devido a ajustes nos planos de contratação de algumas equipes de tecnologia, várias funções na Shopee não estão mais disponíveis. Estamos trabalhando em estreita colaboração para apoiar os impactados”, disse um porta-voz da empresa.

No início deste ano, algumas reportagens de veículos de imprensa disseram que a Shopee havia reduzido o número de funcionários no Sudeste Asiático, México e América Latina. A empresa não comentou sobre essas matérias.

Mercado incerto

Em março, a Sea disse que continuaria investindo na Shopee, que concorre com a Lazada, do Alibaba, no Sudeste Asiático. Além disso, reforçou que o crescimento da unidade permanecia como prioridade.

No entanto, no mês passado, a Sea retirou a projeção anual que tinha para o segmento de comércio eletrônico. O fundador e presidente-executivo da Sea, Forrest Li, disse que o ambiente de mercado estava cada vez mais incerto e enfatizou a necessidade de priorizar a lucratividade e a eficiência.

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A Sea teve prejuízo líquido de US$ 931 milhões no segundo trimestre, mais que o dobro do prejuízo registrado no mesmo período do ano anterior. “O tom deles nunca foi tão pessimista”, disse Ke Yan, analista-chefe da DZT Research, com sede em Cingapura. Acrescentou, ainda, que a estratégia da Sea de usar o fluxo de caixa da Garena, segmento de games do grupo, para compensar a queima de caixa da Shopee era insustentável. “O tratamento da Sea com as demissões foi ‘feio e embaraçoso’ e provavelmente prejudicará sua reputação”, disse.

Ministério de Trabalho de Cingapura na cola da Shopee

A companhia viu seu valor de mercado subir para mais de US$ 200 bilhões em outubro passado, após a Garena aumentar em popularidade durante a pandemia. Entretanto, as ações caíram desde então e agora a empresa vale US$ 27 bilhões.

O Ministério do Trabalho de Cingapura disse que as autoridades relevantes estavam cientes das reclamações em relação à Shopee e que estava em contato com a empresa para mais informações. A pasta também disse que em tais situações as partes deveriam encontrar uma solução amigável.

Além da demissão, os entrevistados disseram que, como compensação, a Shopee ofereceu um mês de salário e, nos casos em que as pessoas vieram do exterior, reembolsará o custo das passagens aéreas e acomodação temporária.

Embora uma potencial ação legal tenha sido discutida no WeChat, as pessoas impactadas estão mais preocupadas em encontrar um novo trabalho. “O custo de uma ação legal é muito alto. Eu só quero seguir em frente e encontrar um novo emprego”, disse uma das quatro pessoas entrevistadas pela Reuters, que pediram anonimato.

Fonte: Istoé Dinheiro

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