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Microsoft e LinkedIn revelam Índice de Tendências de Trabalho de 2024

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

A Microsoft e o LinkedIn anunciaram o lançamento do Índice de Tendências de Trabalho de 2024, focado no impacto da Inteligência Artificial (IA) no ambiente de trabalho. O relatório aborda como a IA está influenciando as práticas de trabalho, a liderança e a contratação de talentos. Acompanhe a seguir alguns insights que poderão moldar a demanda por ferramentas, software e treinamento de IA nos próximos anos.

O uso de IA generativa no trabalho quase dobrou nos últimos seis meses. Segundo o Índice, três em cada quatro profissionais já utilizam IA em seus empregos, e 46% deles começaram a fazê-lo em menos de seis meses.

Plataformas SaaS e a IA

Essas estatísticas sugerem um impacto significativo na forma como as organizações precisarão avaliar e adotar software e ferramentas. À medida que os trabalhadores incorporam cada vez mais a IA em suas vidas pessoais, a maioria também a utiliza no ambiente de trabalho — seja por meio de ferramentas aprovadas (como funções de IA integradas em softwares corporativos) ou por meio de métodos não sancionados ou monitorados, como o uso de plataformas de IA centradas no consumidor.

Parte do aumento do uso da IA no trabalho está relacionado à sua incorporação em plataformas de Software como Serviço (SaaS). De acordo com uma pesquisa da Futurum Intelligence, os gastos em aplicações SaaS que integram IA deverão atingir US$ 48,8 bilhões até 2029, em comparação com apenas US$ 17,4 bilhões em 2022, refletindo uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 19,5%.

No entanto, o relatório também revelou que 78% dos profissionais estão trazendo suas próprias ferramentas de IA para o trabalho, e não apenas os nativos digitais, como a Geração Z ou os millennials. Afinal, 76% dos profissionais da Geração X e 73% dos Baby Boomers também adotam essa prática.

O uso de ferramentas de IA não autorizadas pode ser mitigado por meio de plataformas específicas de adoção digital, como as do WalkMe e Portal26, projetadas para impedir que os usuários acessem ferramentas públicas de IA generativa. Em vez disso, redirecionam e educam os usuários para utilizarem apenas ferramentas e aplicativos de IA generativa aprovados pela empresa.

Desenvolvimento de habilidades em IA está em alta velocidade

Com a IA se tornando mais presente no local de trabalho, habilidades como a engenharia de IA e o desenvolvimento de modelos provavelmente se tornarão mais importantes. Mesmo para profissionais que interagem apenas com sistemas habilitados para IA, será necessário treinamento para entender como usar essas ferramentas de maneira eficaz e avaliar seus resultados em termos de qualidade e adequação à função ou cenário.

Um estudo separado do LinkedIn descobriu que, embora dois terços dos líderes não contratassem alguém sem habilidades em IA, apenas 39% dos profissionais receberam treinamento em IA de suas empresas e apenas 25% das empresas planejavam oferecê-lo em 2024.

Como resultado, os profissionais estão buscando melhorar suas habilidades por conta própria. O LinkedIn relatou um aumento de 142 vezes no número de membros que adicionaram habilidades de IA, como Copilot e ChatGPT, a seus perfis, e um aumento de 160% no número de profissionais não técnicos que usam cursos do LinkedIn Learning para desenvolver suas habilidades em IA.

Diante disso, as organizações precisam implementar programas de educação e treinamento para ajudar os trabalhadores a desenvolver habilidades relevantes e conscientizá-los sobre os riscos do uso de ferramentas de IA não autorizadas. No entanto, de acordo com dados não publicados do Relatório de Aprendizagem no Local de Trabalho de 2024 do LinkedIn, apenas 25% das empresas planejam oferecer treinamento em IA generativa este ano.

O uso da IA está aumentando, mas com uma variedade de tipos de usuários

O estudo identificou quatro tipos de usuários de IA, desde os céticos, que raramente a utilizam, até os usuários avançados, que a empregam extensivamente. Os usuários avançados de IA a utilizam para reimaginar processos de negócios e economizar mais de 30 minutos por dia.

Enquanto isso, os “Exploradores” têm pouco conhecimento sobre a IA e a utilizam algumas vezes por mês ou semanalmente, economizando de 5 a 30 minutos diariamente. Os “Novatos” têm um conhecimento limitado sobre a IA e a utilizam apenas algumas vezes por mês ou menos, economizando 30 minutos ou menos por dia.

Os “Céticos” estão familiarizados com a IA, mas a utilizam apenas algumas vezes por mês ou menos, economizando 10 minutos ou menos por dia.

Aind assim, a pesquisa não abordou o que influencia a decisão dos Exploradores, Novatos ou Céticos de não utilizarem a IA ou investigarem suas capacidades da mesma forma que os usuários avançados.

Pode haver preocupações com precisão, repetibilidade, vazamento de dados ou originalidade, especialmente quando a IA generativa é usada para gerar texto. Pode também haver um preconceito inconsciente contra a IA, pois criar conteúdo em grande volume rapidamente pode parecer uma “trapaça” para alguns profissionais.

Durante uma chamada com analistas, o principal pesquisador da Microsoft indicou que futuras pesquisas podem abordar essas questões. Enquanto isso, as organizações devem consultar seus funcionários sobre como eles estão usando a IA generativa, os fatores que influenciam sua decisão de usar ou não a tecnologia e as ferramentas e aplicativos que utilizam, a fim de obter uma compreensão.

O relatório completo pode ser visto aqui.