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Shein é líder em audiência digital, totalizando 16% do market share da web

Por: Helena Canhoni

Jornalista

Bacharel em Comunicação Social pela ESPM. Experiência em tráfego pago, cobertura de eventos, planejamento de marketing e mídias sociais.

Pessoas segurando sacolas da Shein
Imagem: reprodução

O domínio da gigante chinesa Shein não passa despercebido e o recente mapeamento da Snaq revela que a marca é dona de 16,17% do market-share no tráfego pago na web. Atualmente, a plataforma possui 21,8 milhões de usuários ativos. 

No comparativo, a segunda colocada no levantamento foi a Lojas Renner, responsável por 9,42% do tráfego do site; porém, a empresa conta com apenas 1/5 dos usuários ativos da Shein, aproximadamente 4,5 milhões.

De acordo com o BTG Pactual, em 2023, o faturamento anual da varejista internacional foi de R$ 10 bilhões, um crescimento de 42,8% no comparativo com 2022. Entretanto, a chinesa ainda não alcançou a Renner, com um faturamento de R$ 11,7 bilhões. 

Vale ressaltar que, com a previsão de estreia da companhia na bolsa dos EUA, a valuation fica em torno de US$ 90 bilhões de dólares.

Junior Borneli, CEO da StartSe, explica que o grande sucesso da empresa está na estratégia para atrair os consumidores, que são diferentes dos posicionamentos tradicionais do Brasil. Além disso, o executivo detalha que a inteligência artificial tem um papel fundamental na fabricação e na compreensão sobre quais peças serão populares entre os clientes. 

“Dessa forma, eles conseguem fazer um modelo de fabricação muito mais ágil e muito mais antenado com aquilo que o consumidor quer naquele momento”, declara. A empresa ainda se utiliza de outras estratégias como influenciadores nacionais, live commerce, social commerce e ferramentas para tornar o uso e o acesso à plataforma mais simples.

Varejo nacional vs. internacional

Porém, para o varejo local o sucesso da marca asiática tem outra explicação. Segundo, Jorge Gonçalves Filho, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), o subsídio – indireto – com o não pagamento do imposto de importação é uma forte vantagem da varejista contra as empresas nacionais que possuem uma carga tributária média de 80%.

“Falta de isonomia tributária, equidade concorrencial”, sumariza o presidente. Com uma menor carga tributária e estando no mesmo nível das varejistas internacionais, as empresas do Brasil teriam maiores chances de investir maiores valores na mídia digital.

Além disso, o governo busca assumir maior protagonismo com relação às marcas mais consumidas no país, visando alterar os impostos sobre produtos importados. Os sites internacionais se beneficiam com o programa da Remessa Conforme, precisando lidar apenas com o imposto estadual (ICMS), atualmente em 17%.

“Ou nós temos isenção também de tributos para empresa nacional, para poder concorrer de igual para igual, ou as plataformas estrangeiras passam a ter também os tributos que nós pagamos no mercado interno”, finaliza Gonçalves.