Os alimentos típicos das festas juninas registraram alta de 1,60% nos últimos 12 meses, abaixo da variação de 4,56% do Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M) geral. Os dados são de levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), que analisou o comportamento de 27 itens alimentícios.

Entre os produtos com maior queda, destaca-se a batata-inglesa, que teve recuo de 26,28% nos preços em 12 meses, revertendo a forte alta de 42,16% observada no mesmo período do ano passado. Itens derivados do milho também apresentaram redução: fubá de milho (-8,10%), milho em conserva (-5,99%) e milho de pipoca (-5,22%).
Por outro lado, alguns produtos tradicionais subiram, como os ovos, com alta de 15% no período, o que pode ter impactado o preparo de receitas típicas. Outros itens que pressionaram a cesta foram aipim/mandioca (13,03%), leite de coco (12,96%) e doces e chocolates (12,81%).
Segundo Matheus Dias, economista do FGV IBRE, a desaceleração da inflação da cesta junina indica um alívio importante para o consumidor. “Itens que estavam entre os vilões, hoje figuram entre as principais quedas: arroz, milho e derivados, batata-inglesa e batata-doce lideram as maiores quedas”, afirmou.
Dias explica que o cenário de safras agrícolas mais robustas, com boas perspectivas desde o primeiro trimestre do ano, tem contribuído para a redução de preços, especialmente dos alimentos in natura. “À medida que as projeções convergem para o volume esperado com dados positivos sobre levantamento de safra, os preços tendem a reagir ao cenário de maior oferta”, complementa.
Apesar de alguns aumentos pontuais, a inflação da cesta junina este ano permanece mais controlada em comparação a 2023, quando o índice acumulado chegou a quase 50%. “Em 2024, observamos uma tendência de menor volatilidade e preços mais comportados”, conclui o economista.