Logo E-Commerce Brasil

PDD, Alibaba e JD.com enfrentam nova realidade econômica na China

Por: Helena Canhoni

Jornalista

Bacharel em Comunicação Social pela ESPM. Experiência em tráfego pago, cobertura de eventos, planejamento de marketing e mídias sociais.

Tela de smartphone laranja do aplicativo da Temu com o nome em branco e ícones de roupas, sapatos, brinquedo e uma bolsa.
Imagem: reprodução

Segundo a Reuters, as ações das maiores empresas de e-commerce da China – Alibaba (9988.HK), JD.com (9618.HK) e PDD Holdings (PDD.O) – sofreram queda no início desta semana. A diminuição ocorreu devido a preocupações sobre a pressão nas margens das companhias após o PDD, vendedor de baixo custo, prometer investir mais para oferecer descontos.

Essas três empresas vendem desde produtos de beleza, itens domésticos, eletrônicos e alimentos para milhões de pessoas a cada mês e são vistas como termômetros do sentimento do consumidor chinês.

Imagem: reprodução

Dificuldades no mercado interno

Desde 2021, com o COVID-19 e uma recuperação econômica morna, ao lado de uma prolongada crise no mercado imobiliário, a confiança do consumidor na China foi abalada, e as três empresas viram uma mudança nos planos.

O PDD saiu ganhando neste período, em termos de crescimento de receita e ganhos em capitalização de mercado, pois a plataforma opera focada em descontos – Pinduoduo no mercado doméstico da China e Temu internacionalmente.

Consumidores com orçamentos mais apertados migraram para os eletrônicos baratos e roupas acessíveis da Pinduoduo, substituindo itens mais caros por versões sem marca.

Imagem: reprodução

Atualmente, qual o cenário?

Entretanto, nesta semana, as estimativas dos analistas para a receita trimestral do PDD surpreenderam negativamente e levantaram questionamentos se o consumo de baixo custo na China estava começando a sofrer.

Um colapso de US$ 55 bilhões na capitalização de mercado do PDD ocorreu quando executivos informaram, em uma teleconferência pós-resultado, que o crescimento da receita e dos lucros seria mais difícil. A queda veio em função de uma maior competição interna e da necessidade de “investir resolutamente” para atrair comerciantes de maior valor.

Imagem: reprodução

Vinci Zhang, analista da M Science, afirma: “a demanda doméstica provavelmente não mudará muito nos próximos meses. Apesar do governo chinês afirmar que está comprometido em impulsionar os gastos dos consumidores, eles estão falhando em resolver o problema central, que é a baixa renda das famílias”.

As duas outras gigantes chinesas, Alibaba e JD.com, também enfrentaram dificuldades em encontrar um crescimento significativo de receita nos últimos trimestres.

De acordo com Jacob Cooke, CEO da consultoria de e-commerce WPIC Marketing + Technologies, a força do Pinduoduo continua sendo seu foco em produtos sem marca. 

No entanto, apenas o preço baixo pode não ser suficiente para gerar fidelidade do cliente em um ambiente no qual todos agora oferecem preços mínimos.

“Embora haja muito barulho em torno dos descontos agressivos dos concorrentes do PDD, agora estamos vendo JD.com, Douyin e Alibaba focarem mais em suas próprias vantagens competitivas exclusivas – produtos de maior valor, atendimento ao cliente e comércio baseado em conteúdo”, declara o executivo.