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Mulheres Globais: conheça cases de internacionalização no e-commerce de vestuário e calçados

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

Na última terça-feira (07), o workshop Mulheres Globais, produzido pela ApexBrasil e a CNI, reuniu cases de sucesso de expansão do e-commerce para o exterior realizado por mulheres. No palco, Nicole Degreas, head de Projetos Especiais da Adriana Degreas e Isabela Chusid, fundadora da Linus, trouxeram um panorama de como as marcas têm atuado fora do país, a importância da omnicanalidade no processo e os principais desafios para estruturar a operação no e-commerce internacional.

(Imagem: Confederação Nacional da Indústria (CNI)/Apex Brasil)

Sobre o processo de expansão da marca de moda praia, Nicole Degreas, comentou que ele começou em 2005 com a internacionalização, o e-commerce próprio apenas surgiu um pouco antes da pandemia e funcionava apenas no Brasil. Nesse processo, ela ressaltou que sempre esteve junto ao time internacional, não para o e-commerce ainda, sim para organizar a parte de atacado e varejo.

Enquanto Isabela Chusid, que fundou a jovem empresa Linus ainda no final de 2018, destacou que a marca nasceu como nativa online e passou pelo processo de internacionalização de forma orgânica. Havendo um grande número de acessos da Europa com pedidos para comprar o produto, destacando-se Portugal e Espanha.

Ela conta que ao identificar essa demanda, foi organizada uma pequena rede de lojas em Portugal com um viés atacadista. A resposta dos consumidores foi boa, então decidiram abrir o e-commerce para a Europa, mas tudo com low budget. Então, o primeiro e-commerce da Linus foi estruturado duplicando as informações do site brasileiro e traduzindo para o inglês para atender toda a Europa, fechando contrato com um operador logístico para a distribuição.

Atualmente, como o físico e digital atuam juntos, com a mudança da cadeia logística para Extrema-MG por questões tributárias, os envios também são feitos do Brasil, encerrando as operações do CD na Espanha, mas a demanda de pedidos segue com bom desempenho.

Já na Adriana Degreas, o grande salto para o e-commerce internacional aconteceu em 2012 com a procura da marca por grandes clientes como a Nasty Gal e Forward. Tudo também de forma orgânica, sem investimento em mídia, com baixo investimento e até aquele momento as vendas ainda eram como atacado. Em 2016, entraram na Farfetch internacional, Nicole comenta que a entrada em grandes marketplaces ampliou a visibilidade da marca e o tráfego de clientes, criando uma necessidade de desenvolver o e-commerce próprio e hoje a marca atua no comércio online nacional e internacional.

É preciso adaptar as coleções e estratégias para cada país, comentou Nicole Degreas, pois no começo a replicagem do modelo brasileiro para o exterior não se mostrou tão efetiva para a empresa, que atualmente fatura um grande volume de vendas em Miami.

As diferenças culturais, como os hábitos de consumo (formas de comprar, pagar, opções de frete), a logística (armazenamento, envio, trocas, operações, impostos) e a adaptação são fatores relevantes que precisam ser compreendidos na hora da expansão do e-commerce para outros países. Para Isabela Chusid, uma ótima estratégia também foi inserir os produtos em marketplaces, para ter uma capilarização maior com investimento menor, uma vez que utiliza a base de clientes do marketplace para expandir sua própria base.

Usar redes sociais de parceiros para fortalecer o nome da marca em outros países é uma estratégia de baixo custo que também se mostrou eficaz, atraindo novos consumidores. Além do network, manter relacionamentos com outras empreendedoras para fazer trocas, obter contatos e compreender estratégias que funcionam, facilita muito na hora de resolver dúvidas e construir um canal de apoio, apontou a fundadora da Linus.