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Moda e Beleza: nos EUA, redes sociais são a porta de entrada para a mente da Geração Z

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Não é novidade que as redes sociais são a força motriz por trás das decisões de compra da Geração Z. Quando se trata de Moda E Beleza, o uso dessas plataformas aumenta exponencialmente, já que três em cada dez jovens usam essas plataformas para buscar inspiração (11% a mais que qualquer outra geração).

Nesta foto tirada em 16 de março de 2023, a influenciadora de beleza e estilo de vida nas redes sociais, Debasree Banerjee, se maquia enquanto faz uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube em Mumbai. (Foto de SUJIT JAISWAL/AFP via Getty Images)

De acordo com uma pesquisa do Archrival, 77% da Geração Z e 79% dos millennials nos EUA procuram ativamente por dicas de estilo pelo menos uma vez por mês, e quase metade o faz nas redes sociais.

As redes mais buscadas

Quando se trata de descobrir novas marcas, produtos e experiências de Moda e Beleza, o vídeo reina supremo. E, quando perguntados em quais plataformas mais aprendem sobre marcas, produtos, serviços e experiências, as respostas são

  • YouTube (57%);
  • TikTok (53%);
  • Instagram (44%);
  • Google (29%);
  • Boca a boca (25%);
  • Amazon (22%);
  • Anúncios de TV (21%);
  • Loja física (18%);
  • Snapchat (18%).

E esse consumo desenfreado de conteúdo obriga as marcas a lutarem para se destacar. Afinal, 80% da Geração Z concorda que está exposta a mais marcas e publicidade do que qualquer outra geração — e 71% afirmam que estão abertos a descobrir novas marcas.

O poder dos influenciadores de Moda e Beleza

Os influenciadores das redes sociais continuam a ser uma força poderosa na jornada de inspiração da Geração Z, com 51% dos jovens acreditando que eles são os principais criadores de tendências.

Em contrapartida, apenas 36% dos millennials atribuem essa responsabilidade aos influenciadores. O poder das celebridades na criação de tendências também diminuiu, com apenas 21% da Geração Z e millennials reconhecendo seu impacto, em comparação com 15% que creditam as marcas.

Metaverso: hype ou futuro?

Enquanto marcas como Balenciaga e Vans apostam alto no metaverso, a Geração Z parece não estar tão empolgada com essa nova fronteira.

Embora muitos jovens tenham criado avatares virtuais, usado filtros de aplicativos e feito amigos em jogos online, o metaverso não figura como um fator importante para que uma marca pareça “legal”.

Conforme mostra o estudo, apenas 32% da Geração Z consideram a presença em plataformas como Roblox ou Decentraland algo “descolado”, contra 28% dos millennials. O interesse por NFTs de marca também é baixo, com apenas 16% da Geração Z acreditando que isso tornaria uma marca mais atraente.

Fim da compra por impulso

Um dos tópicos abordados no levantamento é que a a fase de investigação se tornou crucial para a confiança na marca. Isso porque 70% da Geração Z e 69% dos millennials só confiam numa marca depois de realizarem a sua própria investigação nas redes sociais.

Inclusive, 56% da Geração Z afirmam que “as marcas mentem frequentemente sobre os seus produtos/serviços” — na geração dos millennials esse número cai para 47%. Vale destacar que os comentários sobre marca/produtos/serviços também são pontos-chave às pesquisas.

Confira a seguir quais os caminhos tomados antes de realizar uma compra de produtos de Beleza e de Moda das gerações Z e millennials, respectivamente:

  • Compara preços na Amazon: 48% x 48%;
  • Procura itens em promoção ou ofertas especiais: 45% x 42%;
  • Busca promoção nas lojas: 44% x 40%;
  • Procura por avaliação de influenciadores online: 40% x 31%;
  • Pede a amigos ou familiares indicação de marcas ou lojas: 38% x 26%;
  • Busca inspiração de estilos nas redes sociais: 29% x 26%;
  • Procura o item em plataformas/lojas de segunda mão: 26% x 21%;
  • Olha recomendações de sites de curadoria especializados: 18% x 21%;
  • Faz um painel de humor/painel do Pinterest: 15% x 18%;
  • Vê o que os influenciadores favoritos possuem: 14% x 19%;
  • Pergunta a um associado do varejo: 13% x 15%.

Geração Z busca por conexão

Para a Geração Z, comprar um produto não basta. As marcas precisam ir além e construir um universo que os envolva e faça com que se sintam parte de uma comunidade. De acordo com a Archrival, 54% da Geração Z afirma que suas marcas favoritas são aquelas que proporcionam essa experiência.

E isso se traduz em vendas: 84% da Geração Z diz ser mais propensa a comprar de marcas que considera “legais”, reforçando a importância de construir um universo autêntico e envolvente.

Conexão como antídoto à solidão

A Geração Z é a mais solitária, segundo o Cigna US Loneliness Index. A plataforma de insights GWI, aliás, revela que 29% da Geração Z sofre de ansiedade.

Portanto, marcas que oferecem um senso de comunidade podem ajudar a combater esses sentimentos. A seguir, veja o que pode desencorajar uma compra de produtos, tanto da Geração Z como dos millennials, respectivamente:

  • Não encontrar informações ou comentários independentes sobre uma marca ou produto: 46% x 35%;
  • Receber negócios ou ofertas urgentes antes de estar pronto para comprar: 44% x 42%;
  • Muitas postagens ou anúncios patrocinados/promovidos sendo exibidos para mim: 43% x 29%;
  • O anúncio atrapalha o conteúdo que estou consumindo 41% x 32%;
  • Ter que fornecer um e-mail ou outras informações pessoais 34% x 31%;
  • Nunca ter ouvido falar da marca/produto antes 27% x 26%.

Como se conectar ao consumidor da Geração Z

Para ganhar a lealdade da Geração Z, o levantamento mostra que as marcas devem manter os consumidores envolvidos a longo prazo. Ou seja, é preciso criar diversos pontos de contatos para eles para além de simples transações.

As marcas que conseguem construir fidelidade sabem que a jornada pós-compra não envolve apenas o produto. Além disso, alguns diferenciais podem aumentar o poder de conexão com esse jovens, como:

  • Criar lançamentos de produtos com edição limitada: 52%;
  • Ter a seção de comentários da rede social sempre ativa: 51%;
  • Desafiar as regras sociais, com anúncios representando indivíduos que não se conformam com o gênero, ou utilizar um influenciador deficiente, entre outros tópicos tabus: 45%;
  • Presença em fóruns de bate-papo da comunidade, como Discord, Reddit, etc.: 39%;
  • Conteúdos exclusivos, como vídeos de bastidores ou tutoriais: 55%;
  • Patrocinar um evento do qual gostaria de participar: 55%;
  • Colaborar com artistas, celebridades ou outras marcas: 52%;