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Mobly eleva receita no segundo tri de 2021 e ganha participação de mercado

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

A Mobly, empresa do setor de móveis e decoração, divulgou nesta segunda-feira (9) o balanço dos resultados do segundo trimestre de 2021. A empresa registrou alta de 38,6% na receita operacional líquida em comparação anual, para R$ 175,7 milhões.

Outro indicador de aumento das vendas físicas e digitais se dá pelo crescimento em volume, 95% na comparação com 2019.

O volume bruto de mercadorias (GMV), por outro lado, apresentou estabilidade. O GMV é usado para mensurar tudo o que é vendido na plataforma (incluindo o seller). Isso indica que uma parte das vendas que haviam migrado para o online voltaram para o ambiente físico, provavelmente pelo afrouxamento das medidas de restrições de circulação no comércio em abril de 2021.

Dados da Mastercard mostram que a categoria de móveis teve queda de 53% em junho deste ano em comparação com as vendas em 2020. As vendas do e-commerce como um todo, apresentaram uma queda de 13%.

Para Victor Noda, CEO e cofundador da Mobly, em entrevista à EXAME Invest, o ano passado apresentou um aumento de vendas não só para o home office, mas também para a casa como um todo. Houve agora, portanto, um ajuste do e-commerce e outro do setor de móveis. E nós conseguimos ficar empatados em GMV. Ou seja, tivemos ganho de market share no período”, explicou o executivo.

O que sustentou as vendas

Ainda de acordo com Noda, o que ajudou a sustentar as vendas para a Mobly foi o aumento do investimento próprio em marketing, como previsto no prospecto para o IPO (oferta pública inicial). Além disso, a empresa contou também com a ampliação da prática de antecipação de recebíveis para fornecedores, que permite a redução no preço de mercadorias.

A redução do prazo médio de entrega no país para 12,5 dias pode ter também contribuído para o resultado nos últimos meses.

Marketplace e logística

Para compensar o recuo de vendas a partir de abril deste ano, os sellers do marketplace da Mobly começaram a investir em descontos agressivos. A prática deu resultado, mas com impacto na renda bruta dos vendedores.

O custo logístico teve queda em 4 pontos percentuais para os logística, em virtude de ter conquistado a expansão da divisão própria, a MoblyLog em São Paulo e na região metropolitana de Belo Horizonte. Houve também renegociação das taxas com as transportadoras e aumento das vendas nas lojas físicas, reduzindo gastos com o transporte.

Expansão e lojas físicas

Noda divulgou também os planos da empresa para a abertura de duas megastores e um outlet em São Paulo: na Marginal Pinheiros, na altura do Shopping Villa Lobos; na Rodovia Anchieta (para atender ao público do ABC Paulista); e em Carapicuíba, respectivamente.

Para o executivo, os estabelecimentos físicos são extremamente rentáveis. “Há outros dois fatores: ajudam na construção da marca e no engajamento dos clientes”, explicou o CEO. Ainda de acordo com ele, são elementos que melhoram as vendas dos produtos de marca própria e as lojas funcionam como hubs logísticos.

IPO

As ações da Mobly, no entanto, tiveram queda de 32,5% desde o IPO, em fevereiro. O recuo é justificado pela companhia pela perda de valor das ações de e-commerce e de small caps, techs na bolsa brasileira.

Além disso, a Mobly anunciou na última sexta-feira, 6, a contratação do BTG Pactual (BPAC11) para atuar como formador de mercado e fomentar a liquidez.

Fonte: EXAME Invest.

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