Logo E-Commerce Brasil

Magalu estrutura comunidade para mulheres vendedoras com tutela de Luiza Trajano

Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

O Magalu anunciou nesta semana a criação da Comunidade Seller Mulheres de Negócios de Luiza, uma nova frente de apoio dedicada a vendedoras do e-commerce nacional. Com lançamento oficial marcado para a próxima quinta-feira (22), o coletivo nasce com o objetivo de impulsionar pequenas, médias e grandes empreendedoras por meio de capacitação, rede de contatos e reconhecimento dentro do ecossistema da empresa.

Magalu estrutura comunidade para mulheres vendedoras com tutela de Luiza Trajano
Luiza Trajano e Ricardo Garrido, diretor de Marketplace do Magalu (Imagem: Lucas Kina/E-Commerce Brasil)

A proposta é construir uma rede de apoio focada em mulheres que atuam como sellers nos marketplaces, inclusive da companhia. Atualmente, 34,2% das empresas cadastradas na base ativa do Magalu são abertas por mulheres — número que sobe se considerados os casos em que, embora a empresa tenha sido formalizada por homens, a gestão é feita por elas.

“Toda ideia tem alguma ponta em negócios, mas qualquer retorno financeiro a curto prazo não é o foco principal dessa comunidade. O que eu quero é compartilhar minha experiência como empreendedora e como mulher neste mercado. Ao menos no início, vou estar muito junto dessas empreendedoras”, explicou Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magalu, durante coletiva de imprensa na Arena Magalu.

De acordo com ela, o fomento da iniciativa neste primeiro estágio está muito atrelado à sua imagem. Gradativamente, Luiza cita que a comunidade deve manter o ritmo sem que ela esteja a frente em todas as decisões.

Rede de desenvolvimento

O projeto é estruturado em três pilares:

  • Facilitação: com acesso a cursos, incentivos financeiros como taxas menores e soluções tecnológicas;
  • Conexão: por meio de eventos, encontros e uma comunidade online ativa para troca de experiências;
  • Reconhecimento: com selos, certificações e destaque especial para vendedoras mulheres nas plataformas do grupo.

A companhia também planeja integrar todas as marcas do ecossistema Magalu à nova iniciativa. A lista inclui Magazine Luiza, Netshoes, Zattini, KaBuM! e Época Cosméticos.

Diagnóstico e propósito

Dados internos da companhia indicam que 97% das mulheres vendedoras da base faturam até R$ 500 mil, o que aponta para um público com alto potencial de crescimento. Antes de lançar a iniciativa, o Magalu realizou uma série de entrevistas e pesquisas com essas empreendedoras para entender seus desafios — entre eles, a falta de reconhecimento, barreiras operacionais e a dificuldade de acesso a recursos.

“Nossa ideia é dar os atalhos às vendedoras para que elas evitem obstáculos pelos quais já passamos em nossa história. Isso será feito em conjunto e com muita troca entre profissionais do segmento”, afirma a executiva.

Ela também reforça que a criação da comunidade se alinha ao processo de crescimento do grupo.

“Já compramos mais de 17 empresas ao longo destes anos, mas existe a necessidade de dar mais ao mercado. A criação de uma comunidade voltada às mulheres de negócios visa crescer nesse sentido. É importante para todas as frentes: a empresa, as vendedoras e para mim também”, diz.

Cenário

Hoje, o Magalu mantém 70% do seu faturamento concentrado no e-commerce, que reúne operação direta (1P) e o marketplace (3P). Outros 30% vêm das lojas físicas, que também funcionam como pontos de retirada e apoio logístico para o digital — modelo que a companhia chama de “figital”.

Recentemente, a empresa também recebeu US$ 130 milhões do IFC para investir em tecnologia, além de também ter anunciado o CEO do Magalubank, seu novo braço financeiro.