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Google volta atrás e passa a usar IA para "supervisão humana"

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado digital desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

A empresa responsável pelo Google, a Alphabet, já havia se pronunciado no passado sobre não usar a tecnologia para artifícios que possam ser prejudiciais às pessoas. Hoje, no entanto, a empresa alega em novo relatório que implementará: “supervisão humana apropriada, devida diligência e mecanismos de feedback para se alinhar com os objetivos do usuário, responsabilidade social e princípios amplamente aceitos de direito internacional e direitos humanos”.

Google - fim dos cookies de terceiros - anunciantes - publicidade e marketing
(Imagem: Greg Bulla/Unsplash)

Essas informações aparecem no Relatório de Progresso de IA Responsável com os princípios atualizados para 2025. Não é surpresa que diante de um universo de atualização tão dinâmico com a inteligência artificial algumas diretrizes mudem, apesar de envolverem a privacidade de dados.

As três àreas nas quais se concentram os princípios de IA responsável são: inovação, desenvolvimento e implantação responsável de IA e colaboração.

Mudança de cenário

Na terça-feira, ao anunciar o novo posicionamento, o Google destacou que existe uma “competição global” pela liderança em IA, principalmente diante de um “cenárrio geopolítico cada vez mais complexo”.

De acordo com o CEO do Google DeepMind, Demis Hassabis, “as democracias devem liderar o desenvolvimento da IA, guiadas por valores fundamentais como liberdade, igualdade e respeito pelos direitos humanos”.

“E acreditamos que as empresas, os governos e as organizações que partilham estes valores devem trabalhar em conjunto para criar uma IA que proteja as pessoas, promova o crescimento global e apoie a segurança nacional”, finaliza.

Desafios do segmento

Enquanto isso, a Alphabet, controladora do Google, não atendeu às expectativas de Wall Street para o quarto trimestre, apesar do “impulso robusto em todo o negócio”. A Alphabet relatou receitas de US$ 96,5 bilhões no quarto trimestre – um aumento de 12% ano após ano. A empresa também reportou lucro de US$ 2,15 por ação – um aumento de 31% em relação ao ano anterior, e lucro líquido de US$ 26,5 bilhões no trimestre encerrado em dezembro.

As ações da Alphabet despencaram mais de 8% nas negociações após o expediente de terça-feira, depois de reportar lucros, e permaneceram em queda de mais de 8% durante as negociações da manhã de quarta-feira.

Em outros tempos

O Google publicou pela primeira vez seus Princípios de IA em 2018, depois de não renovar seu contrato com o Pentágono para o Projeto Maven – uma parceria militar em que o Google forneceu ao Departamento de Defesa dos EUA tecnologia de IA para analisar imagens de drones. O polêmico contrato foi protestado por milhares de funcionários do Google, com alguns até demitindo-se por causa da parceria.