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E-grocery na Black Friday: problemas clássicos e possíveis soluções para vender melhor

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

Fernando Bravo, Fundador e CEO da VipCommerce, explicou no último dia do E-Commerce Big Solutions Black Friday as principais distinções do mercado de e-grocery na Black Friday em relação ao e-commerce comum.

Desde antes de 2020, o setor de vendas de alimentos pela internet vinha crescendo, mas com a pandemia ele precisou se adequar a necessidades de adaptação mais urgentes. Agora, no entanto, os consumidores esperam que o setor já esteja preparado para a demanda.

Sendo assim, de acordo com o executivo, o e-grocey precisa de estratégias duradouras, principalmente agora que espera-se que o setor esteja acostumado com o varejo online.

Os problemas clássicos

Segundo Fernando Bravo, existem três falhas clássicas que podem ser evitadas pelo e-grocery na Black Friday: vender e não entregar, entregar diferente do que foi comprado ou entregar atrasado.

Bravo acredita que mesmo as operações que já estão bem constituídas acabam caindo nessas falhas por causa da quantidade de vendas do período. “O varejo alimentar já tem suas margens mais comprimidas, o que aumenta a problemática das ofertas, prejudicando a rentabilidade”, expõe o executivo.

Para ele, o motivo é claro: o mercado alimentício depende de vendas mais rápidas e entregas mais delicadas, muitas vezes refrigeradas, o que não é compatível com o modelo volumoso da Black Friday.

Outra grande questão do e-grocery na Black Friday é que os players fazem o picking em loja, não em armazéns, o que gera uma série de situações complicadas, como a concorrência com o estoque da loja física, que não consegue atualizá-lo na mesma velocidade do online.

Além disso, o online e o físico vendem na quinta e na sexta, mas os itens do online muitas vezes serão coletados apenas no sábado e no domingo, o que pode gerar divergências entre o que foi vendido e o que está disponível para ser coletado.

As possíveis soluções

Bravo acredita que é possível para o e-grocery na Black Friday usar a data muito mais como uma vitrine da loja e do modelo de negócios do que para vender em volume. Para isso, o lojista pode oferecer mix de produtos e oportunidades para cativar consumidores para momentos mais rentáveis, como as festas de fim de ano.

Dezembro é o ápice dos vendas para o varejo alimentar, então a Black Friday ser uma estratégia de captação e fidelização dos clientes para vender melhor depois.

“É muito diferente de comprar uma televisão ou uma roupa, pois a necessidade do consumidor é latente”, explica Bravo.

Para ele, uma das formas de reduzir os problemas de estoque é diluir o fluxo da Black Friday, com promoções e garantias ao longo de todo mês. Isso evita a sobrecarga e dá mais segurança ao consumidor.

Criar uma reserva física de estoque para quem deixa para fazer as compras de e-grocery na Black Friday na própria sexta usufruindo das mesmas ofertas.

Por fim, Bravo recomenda que o físico e o online tenham os mesmos preços sempre que possível — para manter a estratégia omnichannel — mas que deem destaques para produtos diferentes de acordo com o meio em que é vendido. Isso garante um equilíbrio melhor entre o que é vendido, mas o consumidor não se sente prejudicado.

“Pressionar no online itens distintos dos ofertados no físico para evitar concorrência direta”, como ele diz, pode ser uma alternativa para o e-grocery na Black Friday.

“Atenção aos estoques e aos itens trabalhados, sempre buscando alternativas para que as vendas concorrentes não gere o fenômeno black fraude no e-grocery”, alerta Bravo.

Ele explica que na verdade nunca houve histórico de tentar enganar o consumidor com preço no grocery, mas que o setor acabou caindo nas armadilhas do estoque e da entrega, o que é ruim para os dois lados.

Por Júlia Rondinelli, da redação do E-Commerce Brasil.

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