O D2C (Direct to Consumer) vem crescendo no e-commerce nos últimos anos e ganhou mais força com a pandemia. Grandes indústrias já estão vendendo direto para o consumidor, sem intermediação de fornecedores ou distribuidores. “Chegou a hora de vocês cortarem os intermediários, de conversarem direto com os consumidores”. Essa frase foi de Babi Tonhela, Senior Manager Brasil Ecommerce na Prática, uma das palestrantes do Congresso Indústria Digital 2023 no painel com a temática D2C.
Para ela, o modelo ideal de e-commerce sustentável é trabalhar a multicanalidade, ou seja, estar nos mais diversos canais de venda. Ainda assim, destaca que a principal fonte de faturamento desse lojista tem que vir do canal próprio, da venda direta para o consumidor. Tonhela acredita que com isso é possível estabelecer um relacionamento direto com o cliente final para proporcionar uma experiência de compra completa.
Por que adotar o D2C como principal canal de venda
No mesmo palco estava Luiz Piovesana, CMO da Nuvemshop. Para ele, a principal vantagem em adotar essa estratégia de venda no e-commerce é a possibilidade de o lojista se relacionar diretamente com o consumidor final e entender suas dores e necessidades. Além disso, o empreendedor consegue sair do lugar de fornecedor/distribuidor, com total autonomia para construir e reforçar sua identidade como marca.
Nesta oportunidade, Matheus Pacheco, Supervisor de Marketing do Grupo MVX, pôde responder sobre o que motivou a MVX a tomar a decisão de ter a loja própria. Para o executivo, por muito tempo a empresa vendeu bem nos marketplaces e em outros canais, mas as taxas e comissões acabavam não sendo favoráveis para o faturamento líquido da empresa.
Além disso, Pacheco diz que esta é a oportunidade de se aproximar do consumidor, sem intermediários, e construir uma relação estreita entre as duas pontas. “Entender o cliente, saber quem é o seu público e o que ele está buscando são pontos fundamentais para a construção de uma marca”, disse.
Aproveitando a fala de Pacheco, Piovesana complementou a ideia dizendo que “saber quem é o cliente começa sabendo primeiro quem NÃO é seu cliente”. Esse, inclusive, é o ponto de partida para começar a se pensar em construção de marca com foco no seu público específico e no que você deve fazer para entregar o que ele precisa.
Estratégias para fortalecer sua marca e vender mais
Tonhela pontuou que, para fortalecer uma marca e conseguir fidelizar clientes, é fundamental traçar estratégias para atrair tráfego qualificado para a loja, a fim de gerar a propagação da marca e conversão em vendas. Ela defende que “o melhor caminho é apostar em marketing de conteúdo”.
As grandes marcas estão produzindo conteúdo para a internet todos os dias, alcançando cada vez mais pessoas e entregando o que elas querem ver. “Quem tem audiência vende qualquer coisa. E se você não produz conteúdo, você não tem audiência”, afirmou a executiva.
Além disso, ela acredita que, para se destacar da concorrência, é fundamental pensar no conceito da marca como um todo para entregar valor ao cliente e garantir a longevidade do negócio.
Por fim, Tonhela chamou a atenção para o fato de que estamos vivendo um momento importante de revolução tecnológica com a chegada recente do ChatGPT. “Dá para aproveitar a inteligência artificial para realizar algumas tarefas operacionais e, assim, fazer melhor gestão do tempo para focar em estratégias comerciais com o objetivo de escalar o negócio”.
Por Miriam Almeida, em colaboração para o E-Commerce Brasil