Os consumidores paulistas encontra, desde março, menos otimismo com relação ao consumo. Em junho, o Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP) apontou a terceira queda desde março, ficando em 105 pontos — 0,9% menor em relação a maio.
A pesquisa, divulgada pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP) e encomendada a PiniOn, mostra aumento de 20,7% em relação ao mesmo mês em 2022.
Essa leitura, em contraste com a percepção das famílias paulistas com a situação financeira e dos empregos, traz um olhar não tão pertinente para a comparação ano a ano. Segundo Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, a leitura conjunta dos dados desfavorece os o cenário de junho.
“Com relação às expectativas futuras sobre as variáveis anteriores e a economia brasileira, estas continuaram positivas, mas também continuam perdendo intensidade em relação à leitura anterior”, diz.
Em nota, o IEGV/ACSP informou que a evolução relativamente menos favorável da confiança das famílias paulistanas e paulistas, na comparação com o resultado nacional, pode ser explicado por impactos negativos da desaceleração econômica.
O crescimento do agronegócio, que, no momento, é a principal válvula de crescimento econômico no país e um dos motivos para a baixa não ter sido maior nas cidades paulistas.
Produtos
Na análise por segmentos, o interesse por bens duráveis pode sofre um maior desinteresse a partir da confiança mais baixa do consumidor paulista. Com presente e futuro abalados, a aquisição de geladeiras e fogões, por exemplo, serão impactadas conforme o crédito diminui e este investimento fica mais caro.
Em classes socioeconômicas, houve diminuição da confiança das famílias residentes no estado de São Paulo pertencentes à classe AB e, principalmente, àquelas classificadas na classe C. As famílias que fazem parte da classe DE registraram crescimento no índice.
Recorte paulistano
O Índice de Confiança do Consumidor da Cidade de São Paulo (ICCSP) chegou a 98 pontos em junho, ficando abaixo dos 100 pontos e, por consequência, apresentando mais pessimismo. A redução ante maio chegou a 3%.
Entre os problemas, atuais e futuros, que mais mexem com a confiança do consumidor paulistano, estão emprego e renda. Por conta disso, a compra de bens duráveis e investimentos também diminuem na capital.
“Os resultados do ICCP e do ICCSP de junho continuaram mostrando queda em termos mensais, porém, em ambos os casos com pioras relativas das percepções positivas em relação às situações de renda e emprego atuais e futuras”, pontua Gamboa.