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Cinco anos após o lançamento, Pix domina o e-commerce brasileiro

Por: Alice Lopes

Jornalista no E-Commerce Brasil

Jornalista no E-commerce Brasil, graduada pela Universidade Nove de Julho e apaixonada por comunicação.

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Os meios de pagamento no comércio eletrônico brasileiro passaram por uma transformação significativa entre 2021 e 2025. É o que mostra um levantamento da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net), em parceria com a consultoria Gmattos. Entre os principais destaques está a consolidação do Pix, que passou a ser aceito em 100% dos checkouts analisados, o mesmo percentual do cartão de crédito.

Pix automático e e-commerce - Brasil - dLocal
(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

BNPL e tokenização ganham espaço

Além do Pix, outras soluções ganharam relevância no período. O BNPL (Buy Now, Pay Later), que permite o parcelamento fora do cartão tradicional, já está presente em 61% dos sites avaliados. Tecnologias como tokenização e Click to Pay também avançaram, mostrando como a digitalização dos pagamentos tem moldado um novo comportamento de consumo.

Na direção oposta, métodos mais tradicionais, como o boleto bancário, perderam força: a participação caiu de mais de 80% em 2021 para apenas 32,2% em julho de 2025.

Digitalização acelera inovação no ecossistema de pagamentos

De acordo com o Comitê de Meios de Pagamento e Antifraude da camara-e.net, o avanço dessas soluções fortalece todo o ecossistema do e-commerce. A entidade destaca o papel de operadoras tradicionais na corrida pela inovação, com o desenvolvimento de carteiras digitais, APIs e parcerias com fintechs.

Esse movimento, segundo o comitê, foi viabilizado pela estrutura sólida construída com o Pix, que oferece liquidação instantânea e baixo custo. “A competição virou uma alavanca de modernização”, pontua a entidade.

PIX como vetor de inovação e competitividade

Criado pelo Banco Central, o Pix teve uma evolução rápida no varejo digital: de 32% de presença nos checkouts em 2021 para aceitação plena em 2025. A camara-e.net destaca que essa adoção em massa não apenas simplificou a jornada do consumidor, como também incentivou um mercado de pagamentos mais ágil e competitivo.

“O levantamento evidencia que o Pix não apenas facilitou a experiência do consumidor, mas também dinamizou o mercado de pagamentos, possibilitando o surgimento de novos modelos e mais agilidade para os negócios”, afirma Gastão Mattos, conselheiro da camara-e.net. Ele ainda ressalta que, sem o Pix, dificilmente o BNPL teria alcançado o nível atual de tração.

Pagamentos digitais impulsionam o e-commerce

O crescimento das soluções digitais reflete no desempenho do setor. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS), as compras online com cartão cresceram 16% no primeiro trimestre de 2025, bem acima da variação do PIB no mesmo período.

Já o relatório Varejo Online 2024, da FTI Consulting, mostra que o comércio eletrônico já representa 9% das vendas do varejo brasileiro. Embora ainda atrás de mercados como o dos Estados Unidos (acima de 15%), o Brasil avança de forma consistente.

Para a camara-e.net, a consolidação de soluções como Pix e BNPL abre espaço para empresas que apostam em experiências de compra mais eficientes. “Ganha o varejo, ganha o consumidor e ganham os provedores que souberem inovar com agilidade”, conclui Gastão Mattos.