A Caixa Econômica Federal confirmou que estuda a criação de um fundo imobiliário com imóveis pertencentes aos Correios. A iniciativa tem como objetivo gerar novas receitas para a estatal e contribuir para o equilíbrio de suas finanças. O projeto será complementar ao empréstimo de R$ 20 bilhões anunciado recentemente, cuja participação da Caixa ainda está em negociação.

De acordo com o presidente da Caixa, Carlos Vieira, as discussões sobre o fundo ainda estão em estágio inicial. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na quinta-feira (23), o executivo destacou que a proposta desperta o interesse de investidores privados e integra um conjunto mais amplo de medidas voltadas à reestruturação dos Correios.
Essas ações incluem revisão de contratos, otimização logística e programas de demissão voluntária (PDV). “O fundo imobiliário é uma das alternativas em análise para fortalecer a empresa e atrair novos recursos”, afirmou Vieira.
Patrimônio imobiliário avaliado em R$ 5,5 bilhões
O presidente da Caixa revelou que o patrimônio dos Correios em imóveis está avaliado em mais de R$ 5,5 bilhões. A ideia é que a estatal capitalize parte desse valor por meio do modelo de leasing back, no qual a empresa vende os imóveis ao fundo e, em seguida, os aluga novamente.
Em Brasília, o retorno médio de aluguel desses imóveis gira em torno de 0,4% do valor do bem, o que, segundo Vieira, torna o investimento atrativo para o mercado.
Empréstimo de R$ 20 bilhões segue em negociação
Além do fundo imobiliário, os Correios também buscam reforçar o caixa por meio de um empréstimo de R$ 20 bilhões, que contará com a participação de várias instituições financeiras e terá garantia do Tesouro Nacional.
Vieira explicou que ainda não há definição sobre o montante que será emprestado pela Caixa. A operação, anunciada na semana passada pela estatal, segue em fase de negociação e deve complementar o esforço de reestruturação financeira dos Correios.