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Brasileiros adotam IA para decidir o que comprar online

Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

Com o anúncio recente da OpenAI envolvendo compra online, só aumenta a integração da inteligência artificial (IA) com o consumo, transformando de forma concreta o comportamento de compra digital. No Brasil, segundo pesquisa da Bain & Company com quase dois mil consumidores, o uso de assistentes virtuais empoderados pela tecnologia compreendem preferências e apresentam recomendações personalizadas. Por esses e outros motivos, a IA ganha cada vez mais relevância na jornada do consumidor, sobretudo nas fases iniciais.

Brasileiros adotam IA para decidir o que comprar online
(Imagem: Envato)

De acordo com o relatório, a tecnologia já exerce influência em todas as etapas da jornada, da descoberta de produtos ao pós-venda. Prova disso é que 58% valorizam o apoio da IA na comparação de preços e vendedores, além de 50% afirmar que o recurso ajuda na escolha de itens adequados ao perfil de consumo. Isso acontece, especialmente em categorias de maior investimento, como eletrônicos e eletrodomésticos.

Mesmo quando a compra não é concluída diretamente por meio da ferramenta, a decisão costuma ser influenciada pelas recomendações recebidas. No pós-venda, os assistentes também aparecem como canal de suporte, seja para instruções de uso, seja para novas recomendações de produtos, reduzindo o contato direto com o atendimento humano.

A pesquisa indica ainda uma alta disposição dos consumidores em migrar parte das compras para assistentes virtuais. As categorias com maior potencial de adesão são:

  • Eletrodomésticos e eletrônicos (66%)
  • Casa e decoração (63%)
  • Beleza e cuidados pessoais (63%)
  • Moda e acessórios (61%)
  • Farmácia e bem-estar (60%)
  • Delivery de comida (60%)
  • Supermercado (60%)
  • Livros e papelaria (60%)
  • Produtos para pets (51%)

Segundo Thiago Delfino, sócio e líder de Inovação & Design na América do Sul, essa tendência é mais forte entre os usuários frequentes de IA generativa. “Os principais relatos mencionam ganhos de tempo, acesso a melhores preços e apoio na escolha de produtos adequados”, diz.

O levantamento também investigou onde os consumidores preferem interagir com os assistentes. Quase metade (49%) cita as próprias ferramentas de IA que já utilizam, pela integração com outras atividades.

Outros preferem o recurso acoplado ao navegador (44%), dentro dos sites ou aplicativos das marcas (40%) e nos marketplaces (39%). Há ainda que apontam as redes sociais como canal ideal (35%), aproveitando o contexto de entretenimento e descoberta.

A evolução da chamada “IA multimodal” também deve ampliar ainda mais o alcance dessas ferramentas.

“Os sistemas capazes de processar imagens, vídeos e voz em tempo real abrem novas oportunidades para elevar a experiência de compra e orquestrar de forma mais inteligente cada etapa da jornada”, pontua Gabriele Zuccarelli, sócia e líder da prática de varejo na Bain América do Sul.