O presidente Jair Bolsonaro defendeu no sábado (18) que o imposto sobre transações proposto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, não é igual à CPMF. “A proposta de Guedes visa desonerar a folha de pagamento”, disse Bolsonaro a apoiadores reunidos em frente ao Palácio da Alvorada.
Na última quinta-feira (16), Paulo Guedes também rejeitou a comparação do imposto sobre transações com o antigo imposto do cheque. Ele planeja criar um imposto de 0,2% sobre pagamentos, que seria aplicado sobretudo às compras no e-commerce.
Imposto no e-commerce
A medida aproveitaria o avanço das vendas digitais, que registram aumento de dois dígitos em meio à pandemia do coronavírus, e poderia arrecadar mais de R$ 100 bilhões ao ano.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, interlocutores do ministro afirmam que ele vê o imposto como forma de substituir a tributação sobre salários, um plano defendido por ele ainda mais depois da pandemia, e que uma alíquota de 0,2% poderia desonerar rendimentos de até um mínimo no país (hoje, equivalente a R$ 1.045).
A tributação ganhou o nome de digital por pegar em cheio o crescimento do comércio eletrônico, movimento acelerado no Brasil e no mundo em meio à pandemia e a restrição de circulação de pessoas. A equipe econômica deve apresentar ao Congresso sua proposta de reforma tributária na próxima terça-feira (21).