Neste Dia dos Pais, apenas 36% das pequenas e médias empresas brasileiras esperam registrar crescimento nas vendas, segundo levantamento da Serasa Experian. Apesar do cenário pouco otimista entre os empresários, a data deve movimentar R$ 7,84 bilhões em 2025, conforme projeção da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o que representa um aumento de 3,2% em relação ao ano anterior.

A data segue como a quarta mais importante do calendário do varejo nacional, atrás apenas do Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados. No entanto, fatores econômicos têm pressionado especialmente os pequenos negócios, o que ajuda a explicar o sentimento mais cauteloso do setor.
Juros altos e crédito mais difícil pesam sobre expectativas
De acordo com Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian, o pessimismo das PMEs está diretamente ligado ao ambiente de crédito mais restrito. “O mercado de trabalho aquecido e as medidas de estímulo ajudaram a sustentar o consumo no último ano. No entanto, a taxa de juros bastante restritiva começa a impactar a atividade econômica”, afirmou.
A economista também destacou o papel da inadimplência: “Já observamos uma desaceleração no ritmo de concessão de crédito, reflexo não só do custo elevado, mas também da inadimplência crescente. Como o crédito é um pilar importante para o consumo no Brasil, esse cenário mais apertado tende a refletir nas vendas do Dia dos Pais, especialmente para os pequenos e médios negócios.”
A pesquisa revela que 63% das PMEs esperam estabilidade nas vendas em 2025. Entre os setores que projetam crescimento, 63% pertencem ao setor de Serviços, seguidos por empresas do Atacado (10%) e de Transportes (7%). A maior parte das PMEs otimistas está localizada no Sudeste, enquanto 14,6% vêm do Nordeste e do Sul.
Perfil das empresas otimistas
O levantamento também traz dados sobre o tempo de atuação das PMEs mais confiantes para a data. Entre elas, 25% têm entre 6 e 10 anos de mercado, 22,6% operam há 11 a 20 anos e 19,5% entre 3 e 5 anos. Esses números indicam uma maior resiliência e confiança entre empresas com maior tempo de atuação no mercado.
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