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Americanas tem próxima Assembleia de Credores prevista para agosto

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

Na semana passada, a Assembleia Geral de Credores (AGC) da Americanas ganhou mais 180 dias de proteção contra credores e agora está prevista para ocorrer na segunda quinzena de agosto. Com o cronograma confirmado, o edital de convocação da Assembleia será publicado na primeira quinzena do mesmo mês. 

A informação é do Valor Econômico, obtida através de uma fonte que acompanha de perto o processo de recuperação judicial da gigante varejista.

Fachada em vermelho e branco de uma loja física das Lojas Americanas.

Como está a situação dos credores?

Responsáveis pela administração judicial da Americanas, a firma Preserva-ação, junto ao escritório de advocacia Zveiter, protocolaram na última sexta-feira (14), a manifestação de defesa do desmembramento dos credores que detém os títulos de dívida emitidos pelo Grupo Americanas.

De acordo com o documento, a medida permite que esses credores exerçam individualmente o direito de crédito, voz e voto no processo de recuperação judicial. No caso, a individualização permitiria aos credores um voto heterogêneo na próxima Assembleia Geral, ao invés do voto em bloco – que ocorreria caso fossem representados pelo agente fiduciário responsável por seus títulos, o trustee. 

mais de R$ 5,25 bilhões em créditos retidos pelos debenturistas do Grupo Americanas, segundo uma tabela incluída na manifestação dos administradores judiciais. Enquanto os bondholders incluídos na lista de credores do grupo têm pouco mais de US$ 1 bilhão em créditos contra a Americanas. No total, a dívida da varejista é de R$ 42,5 bilhões. Em investigação pela Comissão de Valores Imobiliários, a Americanas admitiu que o seu rombo contábil supera os R$ 25 bilhões.

Negociando o plano de recuperação judicial

Enquanto isso, na última quinta-feira (13), houve mais duas objeções de credores contra o plano de recuperação judicial do grupo. Como o exemplo da Bimbo e Chubb Seguros do Brasil. 

A Bimbo, fabricante mexicana de alimentos, credora da Americanas no valor de R$ 8,34 milhões, que em petição elaborada pelos seus advogados, afirmou que o modo que o plano foi estruturado fere o princípio da paridade de credores. Argumentando que “a mesma classe de credores – quirografários – possui modalidades distintas de pagamento”.

Em outro exemplo de objeção, a Chubb Seguros do Brasil classificou como “absolutamente inaceitáveis” as condições propostas pela Americanas. De acordo com a seguradora, eles têm pouco mais de R$ 22 mil para receber no processo de recuperação judicial e mais US$ 9,81 mil da ST Importações, outra empresa que integra o grupo da varejista. Os advogados da Chubb argumentam que as condições de pagamento para os credores “fornecedores” são muito mais vantajosas do que aquelas previstas para os demais. 

E, também na noite de sexta-feira (14), a Americanas comunicou a decisão pela Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM), da B3, anunciada em 5 de julho, que excluiu a 3G Capital Partners LP do polo passivo da demanda. A nota não trouxe mais detalhes, além do número do procedimento arbitral, que corre em sigilo.

No entanto, no final de junho, o Instituto Íbero-Americano da Empresa informou que entrou com o pedido para abertura de procedimento de arbitragem contra a Americanas e a 3G Capital requerendo uma indenização de R$ 500 milhões.

Fonte: Valor