Segundo o Relatório de Identidade e Fraude 2025, da Serasa Experian, o comércio eletrônico já está consolidado na rotina do consumidor brasileiro. Isto porque 82% dos entrevistados afirmam realizar pelo menos uma compra online por mês. O dado reforça o peso do canal digital no dia a dia da população, mesmo fora de datas promocionais. Ainda assim, a insegurança segue como um obstáculo relevante: 48,1% dos consumidores já deixaram de concluir uma compra por não confiarem no site ou aplicativo.

Embora períodos como Dia das Mães, Black Friday e Natal gerem picos de vendas, o estudo mostra que o consumo digital se tornou um comportamento contínuo. “A alta recorrência nas compras online exige que empresas estejam preparadas para proteger seus clientes em qualquer etapa da jornada, e não apenas em grandes eventos do varejo”, afirma Caio Rocha, diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian.
Mulheres e classe A lideram
O levantamento também aponta quem mais movimenta o comércio eletrônico no país. As mulheres lideram as compras em praticamente todas as categorias, com destaque para roupas, eletrônicos e produtos de beleza ou bem-estar (66,3%, contra 52,9% entre os homens).
Também realizam e vendem mais produtos online (60,1% vs. 53,2%) e pedem mais comida por aplicativos (52,7% vs. 43,1%). Os homens superam apenas em apostas esportivas, jogos online e solicitação de cartões de crédito.
Do ponto de vista socioeconômico, a classe A concentra o maior volume de atividades digitais, com destaque para categorias como encomenda de mantimentos (34%) e consumo de livros e músicas (36,1%). A classe C, embora ainda tenha menor participação geral, mostra avanço em áreas como leitura e entretenimento, com alta de quase 10 pontos percentuais nessa categoria.
Segurança ainda é barreira para crescimento
Fora das datas comemorativas, o hábito digital continua forte: 33,4% dos consumidores realizam entre duas e três compras online por mês. No entanto, a confiança no ambiente digital ainda é um fator de resistência. A insegurança aparece como o segundo maior motivo de desistência de compra (48,1%), atrás apenas do valor do frete (75,6%).

Esse comportamento revela um dilema: o crescimento do e-commerce vem acompanhado do aumento das fraudes. Com o maior volume de acessos em datas comemorativas, criminosos intensificam ações por meio de promoções falsas, roubo de dados em redes sociais e uso de sites fraudulentos.
“Para os consumidores, é essencial conferir a reputação das lojas, desconfiar de ofertas boas demais para ser verdade, evitar clicar em links suspeitos e cadastrar suas chaves Pix apenas nos canais oficiais dos bancos”, orienta Rocha.
O executivo destaca ainda que 51% dos consumidores já foram vítimas de fraude, o que reforça a necessidade de estratégias robustas de proteção. “O uso de camadas múltiplas de verificação de identidade, como biometria, inteligência de dispositivos e validação cadastral, ajuda a ampliar a segurança e fortalecer a confiança no ambiente digital”, completa.